quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

(5)-CELTAS

Os celtas eram grupos de povos de língua indo-européia que os historiadores localizam por volta de dois mil anos antes de Cristo. Seu habitat anterior teria sido o sudoeste da Alemanha, de onde migraram para a Gália, Espanha, ilhas Britânicas e para o vale do Pó, na Itália, até serem rendidos pelos romanos entre o II século a.C., e o I século depois.

Por essa época, novos fenômenos geológicos abalam a vida do globo. Precisava Jesus estabelecer as linhas definitivas da grande civilização, cujos primórdios se levantavam e dessas convulsões físicas do orbe surgem renovações que definem o Mediterrâneo e o Mar do Norte, fixando-se os limites da ação daqueles núcleos de operários da evolução coletiva.
O Cristo sabia valorizar a atividade da família indo-européia, que, se era a mais revoltada contra os desígnios do Alto, era também a única que confraternizava com o selvagem, aperfeiçoando-lhe os caracteres raciais, sem esmorecer na ação construtiva das oficinas do porvir. Através dos milênios, aliviou-lhe os pesares no caminho sobrecarregado de lutas e dores tenazes. Assim, enviou-lhes emissários em todas as circunstancias, atendendo-lhe os secretos apelos do coração, no labor educativo das tribos primitivas do continente. Suavizou-lhe a revolta e a amargura, ajudando a reconstruir o templo da fé, na esteira das gerações. Nos bosques da Armórica, os celtas antigos levantaram os altares da crença entre as arvores sagradas da natureza. Doces revelações espirituais caem na alma desse povo místico e operoso, que, muito antes dos saxões, povoou as terras da Grã-Bretanha.
A reencarnação de numerosos auxiliares do Mestre, em seus labores divinos, opera uma nova fase de evolução no seio da família indo-européia, já caracterizada pelas mais diversas expressões raciais. Enquanto os germanos criam novas modalidades de progresso, o Lácio se ergue na Itália Central, entre a Etrúria e a Campânia; a Grécia se povoa de mestres e cantores, e todo o Mediterrâneo oriental evolve com o uso da escrita, adquirido na convizinhança das civilizações mais adiantadas.
Fonte: Livro “A Caminho da Luz” pelo espírito Emmanuel
e psicografado por Francisco Candido Xavier.

Foi no país de Gales e na Irlanda que o tipo celta e sua língua se conservaram melhor. Como muitos outros povos antigos, os celtas também não utilizavam a escrita, e as informações a respeito da sua cultura só se encontram nos velhos livros dos historiadores gregos e latinos.
No planeta Terra todas as civilizações tiveram fases evolutivas, sempre sucedidas por outras de estagnação ou involução, para mais tarde retornarem a galgar os degraus da glória em um ou outro aspecto, a não ser quando estas foram dizimadas por povos invasores como o que aconteceu com a civilização Asteca, subjugada e destruída por Hermán Cortez. Isso já havia acontecido com a civilização Celta.
A mitologia Celta diz que Heracles, o filho do deus grego Zeus e Alcmena, a esposa de Anfitrião o rei de Tirinto - cidade da Argólida sita na região montanhosa da antiga Grécia - chegou à Gália e, após fundar a cidade de Alesia, se apaixonou por uma princesa local. Esta, sob o impacto do seu vigor físico e beleza, com ele casou e lhe deu um filho que foi chamado Galates. Quando Galates assumiu o trono, seu povo passou a ser chamado gálatas ou gálios.
Segundo a lenda, Zeus, para seduzir Alcmena da qual havia se apaixonado, assumiu as feições do seu marido Anfitrião e assim a possuiu. Desta união nasceu Heracles, ou seja, o Hercules dos romanos.
Os Celtas veneravam aproximadamente sessenta divindades, entre as quais o deus barbudo Teutate - considerado o mais poderoso. Beleno - para os romanos e gregos Apollo - o deus sol. Belisama - a deusa Minerva dos romanos e Atena dos gregos e Nemetona a deusa da guerra. O mais importante era o deus Lug que era simbolizado por um grande druida que alem de ser ferreiro e tocar harpa, era um mágico poderoso e valente guerreiro.
Este druida era o progenitor do deus germânico Wotan - conhecido como Odin na mitologia escandinava - que no tempo se tornou o mais poderoso de todos os deuses.
Os celtas transmitiram a seus primos europeus o mito sciita do pequeno Átis e da sua mãe Cybele, aquela que por ser a mãe de todos transmitia a coragem aos homens. O mesmo mito fenício e semita do deus Baal e da deusa Baalat, pertencente ao mesmo grupo étnico ao qual se atribui, como ancestral, “Sem”, filho de Noé, compreendendo os hebreus, os Assírios, os Aramaicos, os fenícios e os Árabes.
Neste mito, Cybele era a deusa que infundia a coragem para enfrentar o inimigo nos combates e propiciava a fertilidade, alem de regenerar a vida daqueles que morriam durante as batalhas. A morte, para os celtas, era só uma breve pausa no caminho da vida eterna, e acreditando na reencarnação, amavam a natureza mesmo porque entendiam que poderiam renascer assumindo uma de suas formas, porque o justo ou o injusto, assim como o bem e o mal, eram conceitos irrelevantes uma vez que seus valores morais eram bem simples.
Após as batalhas cortavam as cabeças dos inimigos vencidos e os exibiam sobre as portas de suas cabanas ou diante delas sobre estacas fixadas na terra. Esta pratica, que por um lado lhe ampliava a fama de guerreiros, do outro - por acreditarem que o inimigo renascendo sem cabeça seria facilmente vencido - os tranqüilizava.
A possível morte durante as lutas não era motivo de preocupação, mas de orgulho, porque para eles morrer lutando era sinônimo de honra.
Lutavam nus ou seminus, por acreditarem que sem as roupas seria mais fácil receber dos deuses a energia que necessitavam durante as batalhas. Para eles, quando sentiam o corpo aquecer durante as contendas, não era devido ao esforço físico, mas a confirmação que estavam sendo brindados com esta energia.
Preparavam-se para as batalhas por meio de um cerimonial durante o qual os guerreiros, bebendo estratos de ervas e raízes alucinógenas, dançavam e dançando, em transe, entravam em contato com seus deuses dos quais recebiam força e proteção. Rituais semelhantes repetem-se até hoje entre os aborígines do mundo, seja para guerrear de verdade, ou para fazê-lo simbolicamente.
Para os celtas - que consideravam as arvores a ligação com o universo, o meio pelo qual o homem podia se aproximar dos deuses - era imperativo construir seus povoados no meio dos bosques que consideravam sagrados – drynemeton – porque assim estavam em permanente contato com o divino. Era também nestes locais que realizavam os rituais nos quais os druidas julgavam os crimes, homicídios, deturpações de heranças etc, ajuizando ainda todas as questões que surgiam entre as tribos. Desta forma os druidas mantinham uma aliança com a floresta, e através dela, com todos os gnomos, fadas e os demais seres sobrenaturais.
Conheciam a linguagem das folhas, das rochas e da água, e esta tradição xamanística, praticada até hoje pelos povos primitivos, permitia a estes seres, iniciados neste saber no coração das florestas, nos sacrários ou nos recantos abertos chamados “nemeton”, manter contato permanente com o invisível e através deste relacionamento realizar o que desejavam, desde curas, até sacrifícios para os fins que ambicionavam.
Seus santuários não se erguiam em locais específicos, mas em qualquer parte, porque acreditavam que independentemente de onde o homem estivesse, desde que ele soubesse entrar em comunicação com o superior, estaria sempre no centro do universo.
Os druidas, como os xamans, eram os intermediários entre os homens e os espíritos silvestres, sendo assim, curavam os enfermos através da alquimia das plantas, evocavam tempestades, falavam com os animais e com os espíritos dos mortos.
Utilizavam ainda a sagrada arte do tambor, o “bhodran”, que agindo diretamente sobre o batimento cardíaco, ativava a energia sutil de todos os que participam destes rituais, renovando-lhes a força. No tambor ainda liam a sorte, e antes de qualquer evento, se o desfecho lhe era ou não favorável. “Liam”, analisando o efeito que era provocado pelas vibrações da percussão dos tambores sobre vinte e cinco conchas que eram dispostas diante deles em nove linhas simbólicas.
Da mesma maneira interpretavam as nuvens, o vôo dos pássaros, a voz da gralha, o murmurar das fontes e a disposição de determinadas varinhas de madeira chamadas “enel bren”. Estas varinhas, utilizadas com o poder criativo da palavra e da formula evocada, transformavam-se em instrumentos mágicos por excelência, desde que fossem construídas com a madeira da arvore sagrada da deusa Brigit. Esta madeira, depois de obter a permissão da deusa, devia ser cortada da arvore a meia noite. Depois disso a deusa devia ser agradecida oferecendo-lhe cerveja, leite ou moedas.
Utilizavam ainda os dólmen - monumento formado por uma grande pedra achatada, colocada sobre outras em posição vertical - e os menires - monumento formado por um bloco de pedra cortado verticalmente que pode atingir às vezes até vinte metros de altura - que representavam a continuidade entre o homem e o universo.
Outra técnica para se carregarem de energia vital, e assim se fortalecerem, consistia em caminhar seguindo uma circunferência traçada no solo obedecendo ao percurso traçado pelo sol.
O maior monumento monolítico Celta é o de Stonehenge na Grã Bretanha.



Stonehenge, aparentemente construído em 1.900 a.C., é uma construção feita com 30 pedras megalíticas, altas quatro metros, obedecendo a um simbolismo Celta. Estas pedras, trazidas das montanhas de Mariborough que distam cerca de 40 Km. do local, unidas uma com a outra com outros blocos de pedra posicionados horizontalmente, formam um circulo em cujo interior existe outro oval e, no centro deste, uma pedra retangular que é a pedra altar. O eixo do monumento, orientado astronomicamente, indica o nascer do sol no solstício de verão.
Até hoje, a respeito de Stonehenge, um sem numero de perguntas prosseguem sem respostas, e entre elas quais eram suas verdadeiras funções, mesmo se existe uma interminável literatura a respeito. Outra incógnita, mesmo se foi demonstrado que é possível fazê-lo, é como estas “enormes pedras” foram entalhadas, transportadas e levantadas, se algumas delas tem peso superior a 50 toneladas, plagiando uma interrogação similar relativa à construção das pirâmides, considerando que estas sociedades pré-históricas não possuíam, ou assim a ciência acredita, outros meios a não ser mãos e braços humanos.
Em 1974 o Professor Hawkins - titular da pasta de astronomia da universidade de Boston e co-responsável da mesma pasta na universidade de Harvard - ao notar que os raios de sol que batiam nas pedras formavam no chão um desenho de luz que lembrava um sofisticado instrumento cientifico utilizado para levantamentos astronômicos, comentou: Este monumento de pedra é um observatório que foi construído com o designo de fornecer todas as posições indicativas entre a lua e o sol com o objetivo de seguir com exatidão os solstícios e equinócios. Pode indicar também com exatidão o melhor momento para iniciar um vôo espacial graças ao estudo dos ciclos da lua que se repetem a cada dezenove anos. Quem o construiu conhecia perfeitamente os meridianos e paralelos terrestres e sabia calcular, alem disso, latitudes e longitudes, o que significa dizer que possuía uma profunda noção dos princípios modernos de física.
Stonehenge e seu território limítrofe passou a ser considerado o observatório mais ao norte do planeta construído milhares de anos atrás. Mas, e o que deveria estar mais ao sul para ser a sua contra-partida? Depois de vários estudos o Doutor Hawkins supôs que este deveria ser encontrado nas ilhas Falkland. Finalmente lá foi encontrado. Veremos em seguida que existem outros.
Posteriormente, recorrendo ao relógio de isótopos radioativos, descobriu-se que os dois observatórios - o de Stonehenge e o das Falkland - foram construídos no ano de 1850 a.C. época na qual os aborígines britânicos eram pastores, não conheciam o bronze e tinham um nível de vida muito inferior aquele vivido por outros povos na Terra, razão pela qual eles, por si só, não poderiam construí-lo. Em relação às ilhas de Falkland não existem provas de que naquela época fossem habitadas.
A circunferência de Stonehenge é perfeita e pode ser calculada atribuindo ao “p” o valor de 3,14159, valor hoje considerado valido. Descobriram ainda que o local se acha em uma zona do hemisfério norte no qual o “azimute” do sol e da lua forma um ângulo perfeito de 90 graus.
Evans Handigliam, no seu livro os mistérios da antiga Bretanha, disserta a respeito das teorias do Doutor Hawkins e de outros, hipotizando que Stonehenge era utilizada seja para registrar o nascer e o por do sol nos solstícios do inverno e do verão, como para, através dos postes e das pedras, computar os ciclos do sol e da lua de 18 e 61 anos, por intermédio de 56 furos, para determinar com precisão o período mais favorável para iniciar e terminar o plantio.
No dia 25 de outubro 2005, um monumento megalítico muito similar ao de Stonehenge foi encontrado por arqueólogos russos na Bakshiria, uma região remota nas montanhas Urais, não muito distante do vilarejo de Bairomgul. Em verdade havia sido descoberto graças a fotos aéreas em 1965, mas só recentemente foram disponibilizados os recursos para explorá-lo. Este, de acordo com a datação cientifica, foi construído cerca de 5000 anos atrás.
Graças ao que parece ser um acordar da arqueologia, aproximadamente 30 dias depois, arqueólogos chineses descobriram na província de Shanxi, em seu país, outro observatório astronômico, que segundo a imprensa oficial teria 4200 anos. O local apresenta duas plataformas semicirculares contidas uma dentro da outra – a maior tem 60 metros de diâmetro e a menor 40 – rodeadas por treze pilares de pedra de 4 metros de altura. Entre os treze pilares há doze buracos, correspondendo aos doze meses do ano.
Por este sistema, os antigos chineses anotavam os diferentes lugares em que o sol nascia e se punha ao longo do ano.

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