quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

(15)- ISLAMISMO

Os antigos egípcios chamavam Ara-Bar, que significa “vagabundo da areia” os nômades semitas que percorriam as areias escaldantes do deserto. Ara-Bar, são todos os que posteriormente passaram a serem conhecidos como hebreus e árabes. É difícil estabelecer a origem destas duas etnias, sabe-se tão somente que os dois povos eram semitas.

Antes da fundação do Papado, em 607, as forças espirituais se viram compelidas a um grande esforço no combate contra as sombras que ameaçavam todas as consciências. Muitos emissários do Alto tomam corpo entre falanges católicas no intuito de regenerar os costumes da Igreja. Embalde, porém, tentam operar o retorno de Roma aos braços de Cristo, conseguindo apenas desenvolver o máximo de seus esforços no penoso trabalho de arquivar experiências para as gerações vindouras.
Numerosos espíritos reencarnam com as mais altas delegações do plano invisível. Entre esses missionários, veio àquele que se chamou Maomé, ao nascer na Meca no ano 570. Filho da tribo dos Coraixitas, sua missão era reunir todas as tribos árabes sob a luz dos ensinos cristãos, de modo a organizar-se na Ásia um movimento forte de restauração do Evangelho do Cristo, em oposição aos abusos romanos, nos ambientes da Europa. Maomé, contudo, pobre e humilde no começo da sua vida, que deveria ser de sacrifícios e exemplificação, torna-se rico após o casamento com Khadidja e não resiste ao assédio dos Espíritos das Sombras, traindo nobres obrigações espirituais com as suas fraquezas.
Dotado de grandes faculdades mediúnicas inerentes ao desempenho dos seus compromissos, muitas vezes foi aconselhado por seus mentores do Alto, nos grandes lances da sua existência, mas não conseguiu triunfar das inferioridades humanas. É por esta razão que o missionário do Islã deixa entrever, nos seus ensinos, flagrantes contradições. A par do perfume cristão que se evola de muitas das suas lições, há um espírito belicoso, de violência e de imposição; junto da doutrina fatalista encerrada no Alcorão, existe a doutrina da responsabilidade individual, divisando-se através de tudo isso uma imaginação superexcitada pelas forças do bem e do mal, num cérebro transviado do seu verdadeiro caminho. Por esta razão o Islamismo, que poderia representar um grande movimento de restauração do ensino de Jesus, corrigindo os desvios do Papado nascente, assinalou mais uma vitória das Trevas contra a Luz cujas raízes era necessário extirpar.
Fonte: livro “A Caminho da Luz” pelo espírito de Emmanuel
e psicografado por Francisco Candido Xavier.

Se a bíblia for confiável, ou melhor, se ao nível destes aspectos traduz a verdade, o nome hebreu teria origem em Heber, descendente de Sem, filho de Noé e ascendente de Abrão, o patriarca comum das duas religiões: Da Judaica, que descenderia de Isaac, filho de Abrão e de Sara, e da muçulmana que, segundo Maomé, descenderia de Ismael, o outro filho de Abrão com a outra mulher à qual se teria unido atendendo solicitação de sua própria esposa, Sara, naqueles anos em que não conseguia lhe dar um filho.
O texto bíblico estabeleceria desta forma uma estreita ligação entre judeus e árabes, ligação essa aparentemente confirmada por aqueles estudiosos que colocam as duas estirpes como descendentes dos misteriosos “habiru” ou “arameus”, nômades que percorriam todo o oriente entre os anos 2.200 e 2000 a.C., de onde teria nascido a língua aramaica.
Uma separação, mais do que uma divisão destes povos, aconteceu (uma das versões) quando parte da descendência de Abrão, por ser muito numerosa, vai para o Egito onde, depois de viver em plena paz, devido a mudanças políticas que ocorreram sob os Faraós Ramsés II, e Menepta - seu filho e sucessor - passa a ser perseguida e por isso, sob a liderança de Moises, foge para a Palestina onde consolida um reino com um vinculo religioso entre as duas estirpes. Até hoje os árabes não só reconhecem Moises como profeta, mas até usam seu nome “Moslen”. Isso diz respeito aos Ara-Bar, nômades que viviam no Norte, porque os sedentários, os que formavam o verdadeiro coração da Arábia, ocupavam o Golfo Pérsico, Omã e o Yemen.
Algumas destas tribos, nestes anos, se deslocaram para a Palestina e se estabeleceram no oásis de Yathrib - Medina, e na Meca, na tribo dos Quraichitas - tribo árabe a qual pertencia Maomé - estes também sedentários.
Segundo a arqueologia, as primeiras formas políticas árabes retroagem ao V século a.C. sob o reinado dos Sabei, nômades habitantes do reino de Saba, com centro em Ma´ rib e praticante da agricultura, enquanto o reino dos Minei, Ma´in, situava-se nas regiões setentrionais e a capital era Karna, a atual Sa´dah.
Os Sabei foram os primeiros árabes que se civilizaram. Estes aparecem nas inscrições cuneiformes, enquanto o mais antigo referimento na leitura grega se encontra na ”Historia Planetarum” de Teofrasto, o filosofo grego que sucedeu a Aristóteles na direção do Liceu no ano 228 a.C.
A primeira pátria dos Sabei localizava-se no ângulo sul-oriental da península. A fertilidade de seu território devido à chuva, sua localização privilegiada perto do mar e seu posicionamento geográfico/estratégico no caminho da Índia, foram fatores determinantes no seu desenvolvimento. Produziam especiarias, mirra e outros produtos aromáticos como o incenso, que eram utilizados seja como tempero, assim como nos cerimoniais religiosos. O comercio destes produtos, inicialmente feito com dificuldades pelas rotas do mar Vermelho, forçou os Sabei a abrir uma estrada entre o Yemen e a Síria - longo a costa Ocidental - atravessando a Meca e a Petra - cidade da antiga Arábia e capital dos Nabateus.
Ao longo deste percurso este povo fundou inúmeras colônias, e com muita probabilidade são os Sabei citados nos velhos documentos Assírios e Hebraicos.
Os Sabei formavam o ramo mais ilustre da inteira família da Arábia meridional - da qual participavam os Minei - e os reinos que estes fundaram jamais tiveram características militares. Iniciaram sob a forma de teocracias e terminaram como dinastias laicas. Seu período, segundo a escola arabista, manteve-se desde 750, até 115 a.C.
Para facilitar o entendimento a respeito do Islã, torna-se oportuno enfocar, mesmo superficialmente, o que foi a Arábia - península da Ásia sul-ocidental - antes do advento de Muhammad (Maomé na língua árabe). Isto é oportuno porque a época pré-Islamica foi totalmente diversa da civilização árabe-Islamica que a sucedeu.
Antes de 662 a.C. - data que corresponde á fuga de Maomé e de seus seguidores da Meca para Medina - não existia uma nação na acepção da palavra, mas um sistema tribal, porque desde os tempos remotos os árabes habitavam estes territórios áridos, infinitos, e em grande parte desertos. Este povo aprendera a encontrar água escavando poços, e eram estes poços que determinavam os trajetos que as caravanas deviam percorrer para atravessar o deserto. Nos oásis elas descansavam, ou eram o habitat destes povos nômades que vez ou outras eram também pastores.
O camelo - seu meio de transporte e carga, além de alimentação - havia sido domesticado 2000 anos a.C., e seu leite, com as tâmaras que cresciam nos sopés mais irrigados, constituíam a alimentação básica dos beduínos.
Algumas populações semi-nomades, sediadas nos locais em que as condições climáticas o permitiam, cultivavam cereais, legumes e frutas. Estas tribos viviam estreitamente ligadas umas a outras, e seu relacionamento era tradicionalmente pacifico e de natureza econômica.
As caravanas que se deslocavam até as regiões mais férteis da Arábia do sul, para carregar mercadorias de produção local ou trazidas da Índia, África ou extremo Oriente, para depois revender na Arábia do norte e no médio oriente, eram obrigadas a pagar um pedágio para poder atravessar o território que eles controlavam.
Salvaguardadas as distancias, entre nômades e sedentários processavam-se muitas trocas que eram realizadas em numerosos mercados e feiras em oásis ou perto de santuários, que, quando ativos, assumiam um caráter permanente.
Nasciam assim cidades no meio do deserto, alem das que surgiam nos oásis, nas quais a estrutura social assemelhava-se a dos nômades. As células base eram pequenos grupos humanos cujo limite, em termos numéricos, era determinado pelas condições de habitabilidade do local, sendo que a água e os alimentos eram basicamente os fatores determinantes.
O relacionamento entre eles, normalmente pacífico, só era alterado quando a pobreza, freqüente entre estes grupos, impunha esta condição e estas contrafações se manifestavam através de assaltos (ghazwa) para roubar bens dos mais afortunados. Entretanto havia normas, mesmo se não formalmente escritas, e entre elas havia a que afirmava que a vida devia sempre ser preservada. Não respeitá-la significava incorrer nas conseqüências ditadas pelo código de honra utilizado: olho por olho e dente por dente. A vingança (ta-ar), era a coluna mestra da sociedade dos beduínos e se baseava no igualitarismo tribal.
Existiam tribos mais ricas e outras mais pobres, mas este diferencial normalmente era condicionado pelos recursos existentes nas regiões habitadas, ou situações anormais como secas prolongadas, pragas - como a de gafanhotos - mesmo se atemporais naquelas regiões, ou outros fenômenos naturais.
Os árabes admiravam a eloqüência, seja para dar um conselho ou para finalizar uma situação que causava embaraço. Mais admirada, no entanto, era a poesia que declamava o amor, a alegria ou dor, mas era principalmente utilizada para exaltar pessoas, feitos, coisas, ou ainda satirizar o inimigo. Naturalmente havia o direito de replica .
A religião, para aquele povo que diariamente lutava até com risco de vida para enfrentar as condições ambientais, não constituía uma preocupação. Acreditavam que a terra era povoada por espíritos e que estes podiam se manifestar sob a forma de animais, arvores, rochas, ou em outros formatos quaisquer. E para obter proteção recorriam a um grande numero de divindades como, alias, acontecia em todas as civilizações antigas.
Entre elas as mais conhecidas eram: Yaghuti, Yang, Nasr, Suwa, Wadd e outras como o deus do Sol, do amor, da morte etc., para as quais construíam templos e faziam oferendas e sacrifícios.
Os árabes, assim como outros povos aryas, praticavam a adivinhação analisando o vôo dos pássaros, serviam-se da magia e para se protegerem utilizavam amuletos.
O seu ideal de moralidade (o homem modelo), possuía no seu grau máximo a virilidade (moruwwa), que incluía à fidelidade a seu grupo, a coragem, o respeito à palavra dada, a bravura para suportar a dor e a hospitalidade, cujos hospedes, se fosse o caso, deviam ser defendidos até com a vida. Entre todas as suas crenças, aparentemente, nenhum delas referia-se à vida após a morte.
No sul do país, havia uma região que mesmo fazendo parte integrante da península era muito diversa, cujo nome - lembrado pelos anciãos - era “Arábia feliz”, porque banhada pelo mar vermelho e Pérsico, conseqüentemente com numerosos portos. Possuía, ainda, clima saudável e era rica em vegetação e animais. Nas suas montanhas, alcançadas pelas monções do oceano indico, havia terras férteis porque com a água abundante a agricultura era muito produtiva. Estes árabes do sul, que não se reconheciam como tais, falavam uma língua parecida com o árabe, e sua civilização, cidadã e sedentária, era sustentada pela agricultura e o comercio. Seus estados chamavam-se: Saba, Qutabán, Awsan, Ma´ in, Hadramout e outros, e cada um deles era dirigido por uma tribo dominante e privilegiada.
Os árabes do Sul, hábeis arquitetos, demonstravam seus dotes artísticos de varias formas, construído, inclusive, sofisticados sistemas de irrigação.
Sua religião possuía muitos deuses, entre eles alguns daqueles de seus irmãos do norte, e para cultuá-los ergueram inúmeros templos cuja administração era confiada aos sacerdotes.
Entre estas populações sedentárias - que viviam luxuosamente em Estados muito bem organizados - e as nômades - ainda semi-selvagens do norte - havia grandes diferencias. Depois do triunfo do Islã no VI século d.C., os árabes do sul rapidamente se converteram e se uniram aos demais movidos pelo sonho da conquista do mundo.
As lutas dos grandes impérios bizantinos e sassânidas, tiveram repercussões muito importantes no mundo dos nômades. A conquista da Arábia do sul pela Etiópia, e depois pelos Persas, trouxe como conseqüência o declínio desta civilização.
As guerras internas entre os príncipes, assim como as invasões externas que o Islã sofria, mudaram o rumo dos beduínos. Agora eles podiam cobrar muito mais para servirem de guias no deserto, ou como mediadores entre a compra e venda de mercadorias. Com a experiência que com o tempo acumularam, muitos deles revelaram-se espertos homens de negócios e desenvolveram potencialidades ainda maiores. Foi sob este novo enfoque comercial que as cidades começaram a prosperar, sobretudo a Meca, dando os primeiros passos para a extinção da sociedade tribal.
Esta transformação econômica incluiu outra, a intelectual e moral, porque não era mais a tradicional qualidade do homem do deserto que abria a estrada do sucesso, mas a capacidade de iniciar, desenvolver e concluir negócios sempre maiores.
O desejo desenfreado de possuir, sem jamais estar satisfeito, começou a se alastrar, e por redundância, ampliou-se à ênfase aos interesses pecuniários em detrimento dos que até então haviam sido ditados pelos laços de sangue. Estes paulatinamente tornaram-se cada vez menos importantes.
Os pobres e os honestos passaram a sofrer diante da crescente arrogância dos novos ricos, e o velho ideal tribal, “olho por olho e dente por dente”, passou a cair em desuso entre as duas castas n a medida em que os novos valores se difundiam.
As grandes religiões monoteístas, judaísmo e cristianismo, não somente estavam presentes na península arábica, mas exerciam seu fascínio, e com elas as varias formas de sincretismo religioso que emanava do seu contesto central, além do paganismo de concepção monoteísta. Maomé (Muhammad), apareceu nesse momento.
Quando Maomé nasceu, em 570 d.C., na Meca, já era órfão de pai, porque este morrera algumas semanas antes, e seis anos depois foi acolhido pelo avo porque sua mãe também falecera. Alguns anos mais tarde, devido a ancianidade do avo, esse também o deixou.
O pequeno Maomé, então, foi acolhido por seu tio Abu Talib, um homem respeitado pela sua integridade e generosidade, mas pobre.
A cidade da Meca, na epoca um centro comercial em expansão, era habitada por comunidades hebraicas particularmente importantes, enquanto os Árabes cristãos habitavam o Yemen e Nejran, onde se haviam estabelecido no IV século, e em Hira, na fronteira Persa, nas margens do rio Eufrates. A presença destes Judeus e cristãos, direta e indiretamente, contribuía para que as idéias monoteístas se desenvolvessem na população, e conseqüentemente na família de Maomé.
Em verdade, de acordo com a tradição muçulmana, Maomé teria conhecido o cristianismo na feira de “Oqaz”, lugarejo perto da Meca, onde teria ouvido um pregador nestoriano. Nestório fora o Patriarca de Constantinopla em 428, mas havia sido deposto porque o concilio de Efeso, em 431, o considerara herege. Sua doutrina, chamada nestorianismo, via em Jesus duas pessoas: a divina e a humana, e considerava Maria, sua mãe, um ser humano comum. Alem disso o nestorianismo, como o judaísmo, não reconhecia o pecado original.
Tem-se como certo que a origem das concepções de Maomé a respeito do juízo final, do destino da alma, da vida futura e a ressurreição, assim como suas alusões aos profetas - os principais são Adão, Noé, Abrão e Jesus, alem de Maria e o livro Hebraico Pentateuco - não podem ter outra fonte a não ser as duas religiões que antes dele já eram monoteístas, mesmo porque os muçulmanos praticavam a circuncisão mesmo antes de existir o Alcorão. Alguns estudiosos chegam a afirmar que estes conhecimentos teriam sido colhidos por Maomé em fontes Judeu-gnósticas.
Resumindo, alguns testos árabes e o próprio Alcorão, indicam que mesmo antes de Maomé já havia uma tendência monoteísta em alguns personagens da região, e estes não eram judeus, cristãos, e muito menos pagãos. Deduz-se portanto que eram os sábios (Hanif), aqueles que percorriam aquelas terras praticando a caridade, cuja tradição se consolidara na Arábia muito antes das predicações de Maomé, e a doutrina que eles pregavam se estendia pelas mesmas regiões que posteriormente adotaram o Alcorão.
Maomé, depois que passou a residir com seu tio Abu Talib – que era um caravaneiro – passou a acompanhá-lo em suas viagens entre a Síria e a Palestina. Deste modo, ele também acabou se transformando em um mercador.
Conta-se que em uma determinada ocasião, um mercante do Yemen foi vitima de uma falcatrua praticada por um grupo de indivíduos. Sem ter outro meio para defender seus interesses, este escreveu uma poesia satírica e começou a recitá-la em publico para que todos tomassem conhecimento do acontecido. Os anciões, após tê-la ouvido, se reuniram e decidiram instituir uma ordem com a finalidade de proteger aqueles que na cidade viessem a ser oprimidos, fossem eles quem fossem. O jovem Maomé foi um dos primeiros a se filiar a essa organização, e com a responsabilidade que lhe foi delegada, passou a ajudar os habitantes da cidade a resolver suas contendas. Esta organização foi chamada “Hilf al-Fudul” e foi instituída no ano de 591.
Diz-se que um dia à “Kaaba” se incendiou e foi completamente destruída. Reerguida - com a participação de todos os clãs da Meca - chegou o momento de posicionar a sagrada pedra negra no lugar que havia sido preparado para este fim, momento difícil de ser superado porque todos os presentes exigiam esta honra para si. Sem alternativa os representantes dos clãs concordaram em nomear um arbitro para resolver o problema e o escolhido acabou sendo Maomé. Este pegou um lençol branco, o abriu no chão, e, colocando em seu centro a pedra, solicitou que todos os chefes dos clãs agarrassem o lençol para transportá-la. Isso feito, coube a Maomé colocá-la no lugar escolhido. Por este feito Maomé passou a ser chamado “al-amin” - o confiável.
A Kaaba é uma construção que é reverenciada pelos muçulmanos na mesquita sagrada de Al Masjid Al-Haram na Meca, e é considerado pelos devotos do Islã o lugar mais sagrado do mundo, localizada nas coordenadas 21°25'24"N e 39°49'24"E.
A Kaaba é uma construção cúbica de 15,24 m de altura cercada por muros de 10,67 m e 12,19 m de altura. Ela está permanentemente coberta por uma manta escura com bordados dourados que é regularmente substituída.
Em seu interior encontra-se a Hajar el Aswad, também chamada "Pedra Negra", uma pedra escura de cerca de 50 cm de diâmetro que é uma das relíquias mais sagradas do Islã. Ela é provavelmente o resto de um meteorito.
A Kaaba é o centro das peregrinações (hajj), e é para onde o devoto muçulmano volta-se para as suas preces diárias (salat).
Quando o profeta Maomé repudiou todos os deuses pagãos e proclamou o Deus único, Aláh, ele não somente poupou a Kaaba, mas a transformou de um centro de peregrinarão pagã em um centro da nova fé.
No período pagão a Kaaba provavelmente simbolizava o sistema solar, abrigando 360 ídolos, sendo assim uma representação zodiacal. O edifício foi várias vezes restaurado, sendo que a atual construção é datada do século VII, substituindo a mais antiga que foi destruída no cerco de Meca em 683.
Segundo algumas lendas islâmicas, a Kaaba foi construída por Adão, o primeiro homem, para adorar ao Senhor Deus. Segundo o Alcorão, os fundamentos da Kaaba foram estabelecidos por Abraão, que recebeu a pedra negra do anjo Gabriel. Hoje para o muçulmano a Kaaba representa a casa de Deus, e é para ela que se volta em suas preces diárias, porque para ele representa não só o centro do mundo, mas o próprio centro do universo.
Segundo algumas fontes esta pedra originalmente era branca, tornando-se preta com o passar dos anos. Pedras negras, que foram consideradas sagradas, são citadas nas lendas de inúmeros povos antigos, inclusive pelos romanos. Entre os árabes já se falava dos “poderes” dessa pedra muito antes do islamismo, ou seja, desde à epoca em que as religiões pagãs praticavam seus cultos.
Quando Maomé tinha 23 anos, portanto em 594 d.C., o tio o incumbiu de levar para a Síria uma caravana de propriedade de uma viúva rica chamada Khadijah. Esta senhora, que apreciara imensamente Maomé, no ano seguinte o procurou para lhe perguntou se queria casar com ela. Ele aceitou mesmo sendo ela quinze anos mais velha, e desta união nasceram seis filhos dos quais só sobreviveu um, Fátima, a filha predileta que muito depois viria a desposar Ali, filho do seu tio Abu Talib.
No dia 27 do mês do ramadan do ano 611, enquanto meditava - Maomé se habituara a ir até uma gruta no monte Hira para fazê-lo - ouviu uma voz. Assustado, perguntou que era. “Declama” respondeu-lhe a voz. Não sou daqueles que declamam, redargüiu Maomé. Então, se viu agarrado e apertado com muita força, para em seguida ser largado enquanto a voz novamente dizia: quero que você declame!
Depois de ser agarrado e largado por tres vezes, Maomé mudou de idéia e perguntou: o que devo declamar? A voz respondeu: declama em nome do teu Senhor, daquele que criou o homem de uma gota de sangue. Ninguém é tão generoso como o teu Senhor. É ele que te ensinou a usar o cálamo (tubo ou canudo de palha ou de cana; flauta campestre; instrumento utilizado para escrever na antiguidade), que ensinou ao homem o que ele não sabia (XCVI, 1-5). Maomé então começou a declamar, e quando terminou a voz o nomeou emissário de Deus.
Retornando ao lar, apressou-se a relatar o que acontecera a sua esposa, mas estava tão tremulo que Khadijah teve que envolvê-lo em um manto. Acalmado, ela então lhe disse: Maomé, na gruta no monte Hira você foi escolhido para uma revelação divina. A seguir, quando Maomé começou a sua pregação, ela foi a primeira a se converter ao Islamismo.
Maomé, inicialmente começou a difundir sua mensagem em segredo: primeiro aos amigos mais íntimos, depois os membros do seu grupo e, na medida em que seus seguidores aumentavam, começou a pregar publicamente na Meca e nas comunidades vizinhas. Os habitantes da Meca, contudo, não querendo que suas crenças religiosas e respectivos deuses fossem desprestigiados, deflagraram uma campanha contra Maomé e o seu pequeno grupo de seguidores, campanha essa que tentaram concluir amarrando-os nus deitados na areia do deserto, colocando grandes pedras sobre seus peitos e despejando sobre seus corpos ferro fundido. Alguns deles morreram, mas os que sobreviveram não negaram a sua nova fé. Quando as perseguições tornaram-se insuportáveis, Maomé sugeriu que o grupo deixasse a Meca e fosse para a Abissínia.
Os cidadãos da Meca então mudaram de tática: Porque Maomé continuava pregando se ninguém queria ouvi-lo? O que ele de fato ele queria, riqueza talvez? Tornar-se um chefe? Bem, se esse era o caso era só parar de pregar. Mas Maomé respondeu: Em nome de Deus, mesmo se vocês colocassem o sol na minha mão direita e a lua na esquerda, mesmo assim eu não deixaria de divulgar a mensagem de Deus. Na tendo tido sucesso, tentaram pressionar seu tio Abu, mas este também não cedeu. Resolveram então isolar completamente Maomé. Ninguém, a partir daquele momento, poderia conversar ou manter qualquer tipo de relacionamento com Maomé, seus discípulos ou com o seu tio, induzindo alem disso as tribos vizinhas a procederem de forma idêntica.
Durante o ano 619, Maomé sofreu duas perdas: Morreram seu tio Abu Talib e sua esposa Khadijah. Viúvo, Maomé casou-se com Aicha - filha do amigo Abu-Bakr - mesmo tendo esta apenas nove anos. Depois desta celebração se dedicou a inúmeras mulheres, mas Aicha continuou a sua esposa preferida até sua morte.
O ano seguinte reservou para Maomé uma experiência excepcional: um encontro com Deus. Uma “mítica viagem” noturna da Meca até Jerusalém, seguida da ascensão ao céu escoltado pelo guia celeste Gabriel. Maomé superou um por um os sete céus para lá encontrar os profetas que o haviam precedido: Adão, Abrão, Moises e Jesus.
Além do sétimo céu - ao ultrapassar os véus que cobrem o que é mantido escondido - viu aquilo que não é imaginável e muito menos exprimível. Desta viagem Maomé trouxe a instituição das cinco orações cotidianas.Tudo isso aconteceu em poucos segundos e o Alcorão - a leitura sagrada do islamismo - relata assim o acontecido:
XVII,1/LIII, 8-l8 : Gloria a aquele que de noite transportou seu servo do Templo Sagrado ao Templo mais remoto, de quem abençoamos o recinto, para lhe mostrar alguns dos nossos sinais, [...] chegou perto e permaneceu suspenso, chegou a dois tiros de arco ou mais perto ainda e revelou ao seu servo aquilo que lhe revelou.[...] Seu olhar não se desviou e muito menos olhou para outros lugares e com certeza ele viu o sinal maior do seu Senhor
Em 622 alguns habitantes de Yathrib, Medina - um importante centro distante aproximadamente 300 Km. da Meca, convertidos ao islamismo, convidaram Maomé e seus seguidores a se transferirem para a sua cidade. Devido à inclemência que na sua cidade persistia contra ele, Maomé aceitou, sem saber que já havia sido jurado de morte pelos seus concidadãos. Estes, alguns dias depois invadiram a casa de Maomé com a intenção de apunhalá-lo enquanto dormia, mas, como havia partido, não o encontraram. Compreendendo que havia fugido, tentaram persegui-lo, mas Maomé já estava a salvo na cidade de Medina.
Esta fuga, “egira”, assinala o inicio do calendário muçulmano, um calendário lunar baseado exclusivamente nas fases a lua. O ano muçulmano não considera a mudança das estações e tem onze dias a menos do que o Gregoriano. Por conseguinte, atravessa todas as estações solares a cada trinta e dois anos e meio. Desta forma, se o mês do jejum, o ramadan, em um determinado ano cai em pleno verão, trinta e dois anos e meio depois cairá na estação fria.
Cidadão de Medina, Maomé a transformou em cidade-Estado e desenvolveu a primeira Constituição conhecida. Alem disso, para se fortalecer, estabeleceu acordos e alianças com todas as comunidades que estavam sediadas nas adjacências.
O povo da Meca, entretanto, não se deu por satisfeito com o exílio voluntário de Maomé, porque este havia transformado a sua nova comunidade em um pólo de atração para todos os árabes que desejavam se converter ao islamismo. Por este motivo, em 624, depois de um meticuloso planejamento, instituíram um exército de mil guerreiros, sobejamente armados e muitos deles a cavalo, que marchou da Meca para Medina.
Maomé, ciente do que estava acontecendo, preferiu enfrentar o exército inimigo fora da cidade na planície de Badr. Seus 313 soldados muçulmanos, mal armados, com dois cavalos e setenta camelos, enfrentaram os mil vindos da Meca, e depois de uma breve mas cruenta batalha os venceram. O exercito invasor então fugiu deixando no campo de batalha setenta mortos, um número equivalente de feridos e muitos equipamentos de guerra. Os prisioneiros capturados foram pessoalmente libertados por Maomé alguns dias depois.
A derrota sofrida em Badr aumentou o ódio que o povo da Meca nutria por Maomé e por toda a comunidade muçulmana. Assim sendo, no ano seguinte marcharam novamente contra a cidade de Medina, não com mil, mas com tres mil soldados. Diante deles, nas encostas do monte Uhud, tomaram posição setecentos soldados muçulmanos, e mais uma vez, após uma sangrenta e curta batalha, as linhas inimigas foram destruídas e seus combatentes foram rechaçados. No entanto, um grupo de arqueiros muçulmanos que estrategicamente havia sido posicionado sobre o monte Uhud com a ordem de lá permanecer, vendo que o que acontecera abandonou sua posição. Esta atitude permitiu que o exército invasor se reorganizasse e voltasse a atacar. Esta reviravolta transformou uma vitória quase certa em uma derrota parcial. Setenta muçulmanos morreram e o próprio Maomé ficou ferido, mas o exercito agressor foi retido.
Dois anos depois, em 626, os mecanos, novamente armados, estavam se preparando para destruir de vez os muçulmanos. Formalizando alianças com varias tribos vizinhas, inclusive hebraicas que habitavam as adjacências de Medina, conseguiram formar um poderoso exército que contava com dez mil soldados.
Maomé chamou seus companheiros para discutir a estratégia que devia ser posta em pratica para se protegerem, e o resultado, por consenso, resumiu-se em aceitar um conselho de Salman al-Farsi, um Persa convertido ao islamismo, que sugeriu escavar uma grande fossa ao redor da cidade para protegê-la. Concluída a obra, aguardaram que o inimigo tomasse a iniciativa. Este, desorientado porque jamais enfrentara uma situação similar, depois de trinta dias tentando sem sucessos atravessar a fossa, resolveu se retirar.
Finalmente, em 628, Maomé conseguiu convencer seu inimigo a assinar um tratado de não agressão, o “Hudaybiyyah”. Estabelecida a paz, Maomé passou a se dedicar cada vez mais a difundir o islamismo, chegando a enviar até emissários aos governantes dos países vizinhos. Muitos destes, todavia, foram mortos.
Durante este período, mesmo com a vigência do tratado de não agressão, não foram poucas as vezes que os mecanos atacavam os muçulmanos e pilhavam as mercadorias de suas caravanas. Cansado desses acontecimentos, em 630 Maomé enviou um ultimato a Meca: ou o tratado é respeitado, ou será considerado nulo. Os mecanos, que em verdade estavam utilizando o pacto de não agressão para se fortalecerem, não perderam a oportunidade e comunicaram que preferiam a segunda alternativa. Coube a Maomé, então, a iniciativa de posicionar diante das portas da Meca o seu exército de dez mil muçulmanos. Surpreendidos, os mecanos se renderam, mas, contrariando o que todos esperavam, Maomé perguntou-lhes: o que vocês agora esperam que eu faça? Como ninguém ousou responder, ele completou: “que Deus vos perdoe, ides em paz. A vos eu digo o que José disse a seus irmãos: hoje não cairá sobre vocês nenhuma responsabilidade, sois livres”.
Um ano depois, em 631, depois da sua peregrinação a Meca, Maomé se apresentou aos mais de 100.000 muçulmanos reunidos no vale de Arafat e proclamou o seu discurso do adeus.
“Não sei se depois deste ano eu ainda permanecerei entre vocês. Contudo, como todos vocês consideram sagrado este momento, neste mês, neste dia e nesta cidade, igualmente devereis considerar sagrada à vida e a propriedade de cada muçulmano. Restituam os bens que vos foram entregues aos seus legítimos proprietários. Não façais mal a ninguém, para que ninguém faça mal a vocês. [...] Ajudem os pobres e vesti-os como vesti a vos mesmos. Não esqueçam, um dia todos comparecerão diante de Deus para dar conta das próprias ações. Portanto, atenção! Não vos distancieis da retitude depois que eu desaparecer. Povo, nenhum profeta ou apostolo virá depois de mim e não nascerão novas crenças. [...] É verdade que tendes determinados direitos, no que diz respeito a vossas mulheres, mas elas também têm direitos sobre vos.Tratai-as bem, porque são o vosso sustento. [...] Deixo duas coisas atrás de mim: o Alcorão e os meus exemplos, assim, se seguirdes estes dois guias não caíreis em erros. [...] Adoreis a Deus, recitais vossas preces, jejuais no ramadan e administrais vossas riquezas com caridade. Todos os crentes são irmãos, todos tem os mesmos direitos e as mesmas responsabilidades. A ninguém é permitido retirar de outro o que não lhe é oferecido espontaneamente. Ninguém é superior ao seu próximo a não ser na virtude”. Neste momento Maomé olhou para o céu e disse: seja minha testemunha, o Deus, que eu trouxe a tua mensagem ao meu povo. Todos os presentes então responderam: Em verdade você o fez meu Senhor.”
Poucos meses depois do seu ultimo discurso Maomé adoeceu e em 632, com 61 anos, morreu. A comunidade muçulmana e os companheiros mais chegados a Maomé se recusaram a reconhecer a morte do profeta. Então Abu Bakr, um dos primeiros e mais fieis companheiro de Maomé, além de ser seu sogro, saiu da casa de Maomé, subiu os degraus da mesquita e disse para a multidão: Povo, em verdade, quem quer que seja que adore Maomé, que saiba que ele morreu. Mas quem quer que seja que adore Deus, saiba que Deus estará sempre vivo.

Maomé, nas recordações do dever que o trazia a Terra, lembrando os trabalhos que lhe competiam na Ásia, a fim de regenerar a igreja para Jesus, vulgarizou a palavra “infiel”, entre as varias famílias do seu povo, designando assim os árabes que lhe eram insubmissos, quando a expressão se aplicava, perfeitamente, aos sacerdotes transviados do cristianismo. Com o seu regresso ao plano espiritual, toda a Arábia estava submetida à sua doutrina, pela força da espada; e todavia os seus continuadores não se deram por satisfeitos com semelhantes conquistas. Iniciaram no exterior as “guerras santas”, subjugando toda a África setentrional, no fim do século XII. Nos primeiros anos do século imediato, atravessaram o estreito de Gibraltar, estabelecendo-se na Espanha, em vista da escassa resistência dos visigodos atormentados pela separação, e somente não seguiram caminho além dos Pirineus porque o plano espiritual assinalara um limite às suas operações, encaminhando Carlo Magno para as vitórias de 732.
Fonte: livro “ A Caminho da Luz” pelo espírito Emmanuel
E psicografado por Francisco Candido Xavier

Antes de Maomé os árabes dividiam-se em nômades e sedentários, os primeiros simples e humildes, colocando o valor da palavra e a da hospitalidade acima de tudo, e os segundos, sedentários e ricos, porque a vida lhe ensinara a apreciar o fausto e o luxo. Os dois lados, entretanto, amalgamados pelos incipientes sucessos de Maomé, uniram-se e, sob a bandeira da nova fé, esquecendo-se das palavras de seu mestre: “não usem a força para se apossar daquilo que não vós é oferecido naturalmente” atravessaram os oceanos buscando “glorias e botins” em distantes campos de batalha. O tempo, porem, como sempre sois acontecer, encarregou-se de um dia lhe colocar pela frente forças maiores do que as que eles possuíam. Assim, tiveram que retornar à sua pátria.
A Espanha, cujos primeiros habitantes haviam sido os celtiberos – nascidos da fusão dos Celtas com os Iberos - estes últimos fruto da miscigenação genética entre gregos e fenícios que ocorrera no fim do II milênio a.C., quando, após fundarem Cartago, estabeleceram seu domínio em toda a parte oriental, só havia conhecido a invasão dos romanos no ano 19 a.C. Depois, sofreu varias invasões (pelos alanos - bárbaros que invadiram a Gália em 406, pelos suevos - povos germânicos que se fixaram na Suábia no III séc., e pelos Vândalos no séc. V ) até que Roma aliou-se aos visigodos para finalmente reconquistar o país em 476 d.C.
A Espanha, agora um Estado Visigótico que atingira seu apogeu após a conversão ao catolicismo do rei ariano Recaredo, em 587 d.C., foi mais uma vez invadida e conquistada pela espada dos Árabes em 711.
Quase 200 anos depois, portanto por volta do fim do século VIII, os Emires Omíadas de Córdoba proclamaram-se independentes em relação ao governo Árabe central. Foi quando Abd al-Rahman III, em 929, assumiu o titulo de Califa e instituiu o Califado de Córdoba. Entretanto, 102 anos depois, exatamente em 1031, o território da Espanha foi dividido em reinos muçulmanos independentes.
Era a oportunidade que a Espanha cristã aguardava, porque com o desmembramento o poder Árabe perderia parte da sua força. Começou, então, a reorganizar a conquista do país a partir das Astúrias.
As Astúrias é uma região montanhosa ao norte do país onde, depois da queda da monarquia católica visigótica, haviam se refugiado os últimos partidários do rei Rodrigo, e fundado um reino que, como os muçulmanos não haviam conseguido conquistar, se expandiu até formar, no século XI, os reinos de Castela, Leão, Navarra, Aragão, os condados de Portugal e Barcelona.
A reação da Espanha teve inicio em 1085 com a tomada de Toledo por Afonso VI, em 1242 Jaime I de Aragão toma Minorca, e depois disso os cristãos espanhóis, ajudados pelos cruzados europeus, conquistam las Navas de Tolosa e começam a rechaçar os muçulmanos até que, em meados do século XIII, a estes só restava o reino de Granada. Por fim, em 1492, o exercito espanhol celebrou sua vitória definitiva sobre os Árabes expulsando-os definiti-vamente do seu país.
A Espanha, dois anos depois que se viu livre da longa possessão Moura, de 711 a 1492, de oprimida passou a opressora. Em 1494 assinou com Portugal, em Tordesilhas, um tratado (como se não existissem outros países no mundo), fixando o meridiano que separaria as futuras colônias dos dois países a 370 léguas a O da ilhas de Cabo Verde, e, protegida por este tratado, em 1518 enviou Hernán Cortés ao México e este, em 1523, literalmente destruiu o império Asteca.
Exterminados os Incas (a desculpa da Espanha católica foi que as civilizações andinas por serem pagãs deviam ser cristianizadas), e transportado o ouro pilhado para a Espanha, em 1588, agora sob o reinado do orgulhoso Felipe II, “com a benção do papa”, enviou uma frota gigantesca para a Inglaterra com a finalidade de destronar a rainha Isabel I, anglicana, para restabelecer o catolicismo naquele país. O que ocorreu, entretanto, não foi bem aquilo que Felipe II planejara.

As lutas na Europa, em todo o século XVI, longe de colimar um fim, dilatavam-se em guerras tenebrosas, mergulhando os povos do velho mundo num terrível circulo vicioso de reencarnações e resgates dolorosos.
Como se não bastassem as guerras religiosas, que trabalhavam o organismo europeu desde muitos anos, surge a figura de um príncipe fanático e cruel, na poderosa Espanha de então, complicando a existência política das coletividades européias. As lutas de Felipe II, sucessor de Carlos V, prendiam-se, de algum modo, aos problemas da Reforma protestante; mas, acima de tudo, colocava ele a sua ambição e o seu despotismo. Animado com as vitórias sobre os turcos e os muçulmanos, procurou reprimir a liberdade política dos Países Baixos, encontrando a mais heróica resistência. Suas atividades maléficas, mascaradas com a defesa do Catolicismo, espalhavam-se por toda à parte, obrigando o plano espiritual a coibir-lhe os imensuráveis abusos do poder. Foi assim que, havendo organizado a Invencível Armada, no ano de 1588, composta de mais de uma centena de navios equipados com 2000 canhões e 35000 homens, a fim de atacar a Inglaterra sem motivo que justificasse semelhante agressão, viu essa poderosa esquadra destruída totalmente por uma tempestade aniquiladora. De conformidade com as providencias do plano invisível, apenas aportaram às costas inglesas os espíritos pacíficos, compelidos pela força a participarem da armada destruída, e que foram lá recebidos generosamente, encontrando uma nova pátria.
Se Henrique VIII – o rei anterior da Inglaterra - havia errado como homem, o povo inglês estava preparado para o comprimento de uma grande missão, e ao mundo espiritual competia trabalhar pela preservação dos seus patrimônios de liberdade política.
Fonte:Livro “A Caminho da Luz” pelo espírito Emmanuel
e psicografado por Francisco Candido Xavier.

Logo depois da morte de Maomé, tres distintas orientações se delinearam para determinar a linha de sucessão: Os companheiros do profeta desejavam que o califa fosse escolhido entre os primeiros discípulos. Os legitimistas que em um primeiro momento haviam sido contrários à eleição de um sucessor, passaram a recomendar que a escolha recaísse no parente mais próximo, sugerindo ainda que fosse regulamentado um sistema que priorizasse a dinastia e hereditariedade para as futuras sucessões. Por fim os poderosos da cidade da Meca, os “Omayyadi” advogavam para si mesmos o direito a sucessão.
Os primeiros dois Califas (em Árabe sucessor do profeta), foram Abu Bakr e Omar que eram dois dos primeiros discípulos do profeta. Abu Bakr - sogro de Maomé - foi o primeiro, mas teve pouco tempo visto que faleceu em 634. Coube então a Omar liderar as conquistas e consolidar o Estado Islâmico: Atacou a Síria que pertencia à área cultural semítica, e em 636, no rio Yarmuk, destruiu o exercito que o imperador bizantino Heráclio I havia enviado para derrotá-lo.
As forças árabes invadiram em seguida o Iraque, a Pérsia, o Paquistão e a Armênia - chegando às fronteiras com a Índia, e continuaram sua trajetória de sucessivas glorias conquistando o Egito, a Mesopotâmia, a Palestina, chegando a destruir a frota do imperador bizantino Constante II, filho de Constantino I. Omar morreu em 644 d.C.
O terceiro Califa, Uthman ibn Affan – 644 a 656 - membro da família omayyadi da Meca, morreu assassinado e Ali, primo e genro de Maomé, o sucedeu. Entretanto, parte da comunidade muçulmana, convencida que fora Ali o mandatário do assassinado de Uthman, nomeou imediatamente um anti-Califa, iniciando assim uma seqüência de lutas armadas entre os dois grupos. Estes embates continuaram até que, o anti-Califa Muawiya, que pertencia à família omayyadi, conseguiu se fazer eleger Califa. Este foi o primeiro cisma no Islã, entre os sunitas e sciitas - shi´a – em outras palavras o partido de Ali.
A dinastia omayyadi - 661 a 750 – inovou no sentido que o Califa passou a viver cercado de muito luxo, muito mais do que haviam gozado seus antecessores, dando continuidade, entretanto, à política de expansão destes: chegaram á Andaluzia, na Espanha, e foram até a China.
A continua expansão Árabe exigiu que a capital fosse transferida para uma região menos isolada do resto do Império. A escolha recaiu sobre Damasco, cidade onde os omayyadi tinham muitos fieis. Mas foram estes mesmos fieis que se rebelaram acusando aquela dinastia de ser Leiga e mundana. Surgiu assim, em 750, a segunda grande dinastia da história muçulmana, aquela dos abadidas.
Os abadidas transferiram a capital de Damasco para Bagdá, mas mesmo assim, como o território era muito extenso para ser controlado de um único local, o poder foi dividido e delegado a pequenas dinastias - os emirados - que, mesmo dependendo do poder central, possuíam maior independência. Essa decisão foi o inicio do fim de mais um império, porque em 1251, Hulagu, neto de Gengis Khan, conquistou Bagdá, fez estrangular o Califa Mustasim e se tornou o primeiro soberano mongol da Pérsia depois que pos fim, em 1258, aos emirados de Bagdá. Hulagu manteve-se no poder até o ano de 1265, mas os mongóis mantiveram o poder até o século XV.
Em 1502, Ismail (fundador dos sefévidas), instalou-se em Bagdá e fez do xiismo a religião oficial. O principal representante da dinastia foi Abas – 1587 a 1629 – cujos sucessores se esgotaram em lutas estéreis até que em 1787 subiu ao trono a dinastia dos Qadjars. Essa dinastia sofreu por muito tempo a influencia da Rússia, à qual cedeu, em 1813 e 1828, importantes territórios, e mais tarde a da Inglaterra interessada em sua produção petrolífera. No governo dos últimos Qadjars – 1834 a 1925 – entrou na esteira da civilização ocidental. Em 1925, Riza Khan derrubou a dinastia dos Qadjars e ao mesmo tempo o nome Pérsia mudou para Irã
A fé islâmica: a fé islâmica proclama que não existe outra divindade a não ser Deus (Alá) e que Maomé é o seu profeta. Quem não acredita nisso é infiel, termo que é atribuído a todos os não muçulmanos do mundo, ou os que associam outras divindades ao Deus único.
O Alcorão fonte da fé: para o Islã o Alcorão fecha o ciclo temporal das mensagens enviadas por Deus e estas são as etapas de sua redação:
· 612 – 632 Algumas mensagens e uns poucos discursos de Maomé são escritos por seus fieis em materiais rudimentares como pele de camelo.
· 632 – 634 O Califa “Abu-Bakr”, sucessor de Maomé, ordena à coleta de todos os fragmentos que haviam sido escritos pelos fieis.
· 644 – 656 O segundo Califa, Omar, ordena um censo sistemático do todos os fragmentos que existiam conferindo-lhe um valor religioso. Depois disso, todos os textos encontrados passam a ser transcritos em um livro único chamado “vulgata Omanica” .
· 656 – 661 Sob o reinado do Califa Ali – genro e primo de Maomé - passam a circular versões diferentes do Alcorão que correspondiam as tendências Sciitas, particularmente aquela de “Ibn Maasud” , que continuaram por tres séculos.
· 685 – 705 O Califa “Abd-al-Malik” decide unificar a ortografia do Alcorão porque até aquele momento os textos ainda eram os que haviam sido transcritos dos dialetos originariamente utilizados.
· VIII, IX e X século: Sete textos diferentes são aceitos como cânones e portanto tolerados, até que no X século o cânone do Alcorão é definitivamente completado.
O conteúdo do Alcorão è extremamente variado, e nele, a grandeza, a unicidade e a misericórdia de Deus são amplamente tratados, ao lado de elaboradas explicações a respeito das maravilhas do paraíso e dos horrores do inferno.
Contém inúmeras passagens análogas ás lendas hebraicas e cristãs, devido, provavelmente, a uma assimilação oral de Maomé, uma vez que ele era analfabeto.
O Alcorão é composto por 114 “suras”, dispostas em ordem decrescente, sendo que esta ordem é determinada pelo numero de palavras contida em cada capitulo. Os capítulos por sua vez dividem-se em 6226 versículos.
O alcorão diz de si mesmo:
O Alcorão existe no céu onde se encontra a escritura mãe. Esta matriz desceu sobre alguns profetas que se encontravam na Terra no curso dos séculos: A Torá de Moises, Os Salmos de David, o Evangelho de Jesus e o Alcorão de Maomé.
O Alcorão de Maomé é a última decisiva revelação da Escritura eterna.
O Alcorão é “uma palavra eficaz e o critério entre o verdadeiro e o falso para os crentes e não crentes”.
Ninguém jamais poderá escrever alguma coisa igual ou melhor do Alcorão, porque ele è inimitável.
Os dogmas:
· Unicidade absoluta em Deus: criador, onipotente, misericordioso, inacessível, mas mesmo assim perto do homem que a ele ora, e juiz supremo. Deus possue 99 nomes que são recitados em um rosário chamado “Sabha”.
· Missão profética de Maomé: Os tres grandes profetas da história da salvação humana são Moises, Jesus e Maomé, e este é o último e o maior profeta, portador da ultima palavra de Deus ao homem.
· Existência dos anjos: criaturas de luz, mensageiros das ordens de Deus, que podem ajudar os homens. Seres intermediários são os “Ginn”, criaturas de fogo submetidos à lei de Deus; alguns bons e outros provocadores.
· Ultima hora: É o momento no qual todo ser será julgado por Deus e conhecerá as delicias do paraíso ou os eternos tormentos do inferno.
· Decreto determinante de Deus: o bem e o mal fazem parte do homem. No entanto, não todas as escolas religiosas admitem isso, uma vez que os testos do Alcorão reconhecem a responsabilidade humana no ato de fazer o bem ou o mal.
A moral muçulmana:
· O crente è chamado por Deus para fazer o bem e evitar o mal. É chamado a prece, a respeitar os genitores, as boas relações com os vizinhos, a cumprir as tarefas do culto, a curar a hospitalidade, a proteger o órfão e o fraco, a respeitar a vida humana e a família, e a viver longe do dissolutismo. Compreende cinco obrigações peremptórias:
o Recitar o “Shahada” (testemunho), nas circunstancias importantes e solenes da vida, sobretudo no momento da morte.
o Recitar o “Salat” (prece), cinco vezes ao dia: ao amanhecer, ao meio dia, à tarde, ao por do sol e à noite, em direção a Meca, como ato de adoração a Deus.
o Pratica do “Saum” (jejum), prescrito para todo o mês de ramadan, que corresponde ao nono mês do ano lunar. O crente deve abster-se, do amanhecer até o por do Sol, de qualquer alimento, bebida, fumo e sexo.
o Peregrinação a Meca: Obrigatória pelo menos uma vez na vida.
o Pratica do “Zakat”: (caridade legal), tributo obrigatório para prover as necessidades da comunidade.
A guerra Santa (Jihad), é uma luta intima que deve conduzir o crente a vencer suas paixões e instintos pagãos, e ao mesmo tempo é uma luta externa - até de caráter militar - contra os pagãos, politeístas e idolatras. Esta definição da Jihad, originalmente, não se aplicava aos judeus e aos cristãos, mas, aparentemente, a partir de 1914, parte dos muçulmanos não mais respeitam isso.
As proibições alimentares são numerosas, entre elas as bebidas alcoólicas, a carne de porco, a carne de animais mortos naturalmente, ou, de acordo com os rituais específicos, os Muçulmanos somente podem comer a carne dos animais que foram abatidos em nome de Deus, e isso corresponde a requerimentos dietéticos estritos. Tal carne é chamada pura, ou “halal”.
A lei islâmica proíbe aos muçulmanos comer carne de porco, macaco, cão, gato, e quaisquer outros animais, porque são haram (proibidos).
Para uma carne de animal ser considerada halal (permitida), tem que ser de um animal halal, abatido por um muçulmano por métodos não cruéis ou prolongados. Em outras palavras, o animal deve ser morto por meio do corte da artéria jugular, porque desta forma perde a consciência imediatamente e não sofre. Alguns teólogos muçulmanos esclarecem que o animal também pode ser abatido por um judeu, desde que este respeite as regras que são impostas. Assim sendo, a maioria dos muçulmanos aceitam a carne “kosher”, ou seja, aquela que é preparada de acordo com as leis judaicas porque são similares ao halal.
A Angiologia e mitologia muçulmana. - Os Arcanjos sentam ao redor do trono de Allah: Gabriel, o mensageiro divino que inspirou Maomé; Miguel, o amigo dos hebreus; Azrael, o anjo da morte que separa a alma do corpo e que executa as temíveis ordenações de Deus, e finalmente Uriel, aquele que é encarregado de soar a trompa para anunciar a ressurreição e o juízo universal.
Um grupo de anjos menores sustenta o trono de Allah, luta contra seus inimigos e serve de mediador entre Deus e os homens enquanto eles estão sobre a terra. Os “gênios errantes” (dijnn) bons e maus, têm como chefe “Iblis” (equivalente a satanás) que percorre o mundo procurando almas para devorar.
A Angiologia é limitada porque o Islamismo é uma religião rígida que nasceu de uma reação contra o paganismo. Conseqüentemente, proíbe configurações da divindade em ídolos. Contudo, na seita Shiita há uma particular veneração a Ali, o primo e genro do Profeta, e dos seus onze descendentes (os doze Imam). Nesta, as crenças astrológicas são muito difusas e os seres sobrenaturais, mais ou menos maus, preenchem muitos cultos populares: os ”ghul”, afastam os viajantes das caravanas assumindo as feições de um amigo ou parente, e, depois de tê-los afastados, os devoram. Os “palis” chupam o sangue de suas vitimas lambendo-lhe os pés. Os “nasnas” assumem a forma de um enfermo que pede para ser carregado sobre os ombros para atravessar um curso d´água. Atendido, aperta suas pernas e o afoga. Finalmente existe “All”, um demônio que ataca as mulheres grávidas para lhe comer o fígado.
Segundo as lendas, a maioria destes demônios vive no vale do anjo da morte que se localiza entre Teheran e Isfahan.
A vida futura segundo os muçulmanos. - As crenças muçulmanas relativas ao destino da alma provem de ré-elaborações populares e de alguns passos do Alcorão. A alma é imortal e é destinada ao inferno ou paraíso; um anjo, chamado o da morte, tem a responsabilidade de separar a alma do corpo. O cadáver, sem vida, sepultado sem o caixão, recebe de Deus os sentidos da audição e da palavra, para poder responder as perguntas que lhe são formuladas pelos anjos Munkar e Nakir. Consome-se assim a prova de fé que, se negativa, levará o individuo a morte eterna.
Os profetas e os mártires vão diretamente ao paraíso onde gozam plenamente suas benesses. Para um nível intermediário (Al-Barzak), irão àqueles que, na balança do juízo muçulmano, serão julgados nem muito bons e nem muito maus. As demais almas aguardarão o momento do juízo universal que será anunciado pelo anjo Uriel.
Numerosas “suras” descrevem como será o fim do mundo, a apocalipse, o que mais uma vez indica que Maomé retirou estas idéias do pensamento judeu-cristão:
Um cataclismo cósmico será acompanhado por um gigantesco terremoto e o fogo descerá do céu; então os mortos ressuscitarão, as almas alcançarão os corpos que deixaram no momento da morte - incluindo as almas dos animais atormentados pelos homens e aquela de “Mawuda” à jovem sepultada viva que simboliza as inocentes vitima da barbárie humana – e finalmente os mortos ressuscitados desfilarão diante de Allah para que ele julgue cada alma de acordo com suas ações.
Enquanto isso os infiéis - perversos e ímpios - irão para o inferno com o anjo decaído Iblis. Estes vestirão roupas de fogo e sobre sua cabeça será versada água fervente que lhe devorará a pele e as entranhas. Serão golpeados com bastões armados com ferro e, todas as vezes que a dor os afugentar das chamas, serão devolvidos a elas e lhe será dito: experimentai a pena do fogo (XXII /20-22).
As calamidades que aguardam os maus são amplamente descritas no Alcorão, assim como os prazeres do paraíso: um lugar maravilhoso onde a água fresca escorre entre as palmeiras e as pradarias. As benesses do paraíso são descritas como um eterno banquete onde os crentes se deitam sobre suaves estrados revestidos de brocado de seda; sorvem uma bebida celestial que não é inebriante servida por “efebi” e se divertem com jovens mulheres virgens.
O calendário muçulmano (baseado no ano lunar de 354 dias - 355 dias nos anos abundantes) tem 12 meses de 29 ou 30 dias intercalados. O mês começa quando o quarto crescente lunar aparece pela primeira vez apôs o por do sol. Como o calendário lunar tem cerca de 11 dias a menos que o calendário solar, para ajustar a diferença, num ciclo de 30 anos, 11 anos tem 355 dias e os outros 354. O calendário muçulmano começa na data da “Hegira”, ou seja, a fuga de Maomé da Meca para Medina que aconteceu em 16 de julho de 622. O dia santo é a sexta feira.
Entretanto....
Milhares de manifestantes libaneses invadiram neste domingo a sede do consulado dinamarquês em Beirute e o incendiaram em protesto pelas charges sobre o profeta Muhammad.Propriedades e lojas do bairro cristão de Achrafieh também foram atacadas. Segundo testemunhas, diversas pessoas ficaram feridas em enfrentamentos com as forças antidistúrbios
Do Líbano.
Ontem, a mobilização dos muçulmanos resultou numa escalada de violência, depois que os prédios das embaixadas da Dinamarca, Noruega, Chile e Suécia em Damasco (Síria) foram incendiados por manifestantes revoltados.
Na capital Síria, um grupo de manifestantes invadiu a embaixada da Dinamarca, situada em um prédio de três andares, onde também se encontram as representações diplomáticas da Suécia e do Chile. Os manifestantes depredaram o lugar e jogaram móveis pelas janelas antes de atear fogo ao edifício. Os bombeiros chegaram a tempo de conter as chamas.
As forças de segurança lançaram gases lacrimogêneos contra os manifestantes, o que levou vários deles a serem hospitalizados. A polícia Síria conseguiu, por outro lado, reprimir os manifestantes que tentavam se aproximar da embaixada da França em Damasco.
A Noruega, como a Dinamarca, pediu a seus cidadãos que abandonem imediatamente a Síria em função do clima de insegurança que reina no país.
O presidente iraniano, o ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad, ordenou a ruptura de contratos financeiros entre a república islâmica e os países onde foram publicadas as caricaturas contra Muhammad, informou a agencia iraniana Isna.
Ahmadinejad justificou esta decisão pelo "insulto de alguns meios de comunicação ocidentais ao profeta, o que demonstra o ódio que os sionistas que governam estes países têm contra o Islã e os muçulmanos.”
Por sua parte, o chanceler polonês, Stefan Meller, pediu desculpas pela publicação das caricaturas no jornal de direita liberal "Rzeczpospolita". Apesar dos pedidos de calma e reconciliação, particularmente do Vaticano, as manifestações de cólera se multiplicaram durante todo o dia.
No Oriente Médio foram feitas ameaças contra a Dinamarca, queimadas bandeiras do país escandinavo, e está sendo realizada uma campanha de boicote aos produtos dinamarqueses.Dezenas de comerciantes palestinos da rua Saladino, de Jerusalém Oriental, colocaram na entrada de suas lojas bandeiras dinamarquesas para serem usadas como capachos para limpar os pés em protesto contra a publicação das caricaturas do profeta Muhammad.Além disso, dezenas de jovens palestinos jogaram pedras neste sábado contra a sede da União Européia, em Gaza, ferindo policiais palestinos. Em Nazaré, norte de Israel, milhares de muçulmanos protestaram pelas ruas da cidade contra a publicação das caricaturas na Europa.Em Londres, cerca de 400 pessoas protestaram ante a embaixada da Dinamarca contra a publicação das charges, pedindo que a totalidade dos países europeus pressione seus meios de comunicação.Em Amã, o chefe de redação da revista jordaniana "Shihan", que publicou as controvertidas caricaturas de Muhammad, foi preso neste sábado, e o promotor-geral abriu uma investigação sobre outra revista que as publicou. A "Shihan" havia reproduzido na quinta-feira três das caricaturas que chamavam os muçulmanos do mundo "à razão" em seu editorial.
Fonte: Folha On-line 05-02-2006

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