quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

(14) JADUÍSMO

Os hebreus se autodefinem o povo de “deus”, e sua história, segundo a tradição bíblica, tem inicio no II milênio a.C., quando eles se estabeleceram no Egito. Nesse país, depois de prosperarem, devido a mudanças políticas passaram a ser tratados como escravos, e é por este motivo que sob a liderança de Moises fogem do Egito. Posteriormente, depois da morte desse profeta, Josué assume a liderança e leva seu povo “a terra prometida”. La, após o governo dos Juízes, no ano 931 a.C fundaram uma monarquia que em seguida se dividiu em dois reinos.
No entanto, sob o aspecto religioso, o verdadeiro ponto de partida do judaísmo aconteceu sob os auspícios do patriarca Abrão, cujo nome, segundo a mesma tradição, é posteriormente mudado por “deus” para Abraão.
A religião original dos hebreus - como nas demais culturas antigas - era politeísta, e seu panteon era formado por muitos deuses e deusas. Apenas mais tarde apareceu a figura de Jwhw, e é a partir desse momento que os sacerdotes começaram a ajeitar as historias que hoje compõem suas escrituras sagradas.
Entre os muitos exemplos dos cultos hebreus anteriores ao Deus único existe o que é relacionado ao templo de Salomão. Este não foi erguido para ser a casa de Jwhw, mas a casa dele e da sua companheira, a deusa Asherah. A adoração a esta deusa, consorte de Jwhw, fazia parte da vida religiosa hebraica até a reforma religiosa introduzida pelo rei Josias em 621 a.C.
O templo de Salomão foi construído nos moldes dos templos Fenícios, santuários estes que por sua vez imitavam aqueles que no antigo Egito haviam sido erigidos em homenagem ao deu Osíris e sua esposa a deusa Ísis.
As gravuras da famosa Arca da Aliança, segundo muitos estudiosos, retratam Jwhw e Asherah imitando Osíris e Íris, e os querubins que la também estão gravados, são a imagem da Deusa. Os entalhes de dois querubins encontrados no palácio do rei Ahab - na Samaria - são idênticos ás clássicas representações de Ísis.
Quando Jesus veio à face da Terra, o judaísmo ainda não havia perdido completamente suas origens pagãs, porque muitos judeus, durante o período de dominação grego-romana, se converteram para religiões estrangeiras. A revolta dos Macabeus na metade do II século a.C., por exemplo, foi causada em grande parte pela ruptura dos judeus apostatas que entre outros deuses veneravam Dionísio.
È no cerne desse sincretismo religioso que surgiu a figura de Abrão, e é através dele que passaram a serem feitas às revelações que o povo judaico não só aceita incontestavelmente, mas, por acreditar que representaram a maior evolução do pensamento religioso da época, confiam que foram eles, através do seu deus único, a mudar a história religiosa da humanidade.

No reino de Israel sucederam-se as tribos e os enviados do Senhor. Todos os seus caminhos neste mundo estão cheios de vozes proféticas e consoladoras acerca d´Aquele que ao mundo viria para ser glorificado como o cordeiro de Deus.
A cada século renovam-se as profecias e cada templo esperava a palavra de ordem dos Céus através do Salvador do Mundo. Os doutores da Lei, no templo de Jerusalém, confabulam, respeitosos, sobre o Divino Missionário e na sua vaidade orgulhosa o esperavam no seu carro vitorioso para proclamar a todas as gentes a superioridade de Israel e operar todos os milagres e prodígios.
E, recordando esses apontamentos da história, somos naturalmente levados a perguntar o porquê da preferência de Jesus pela árvore de David, para levar a efeito as suas divinas lições à Humanidade; mas à própria lógica nos faz reconhecer que, de todos os povos de então, sendo Israel o mais crente, era também o mais necessitado, dada a sua vaidade exclusivista e pretensiosa. “Muito se pedirá de quem muito haja recebido”, e os israelitas haviam conquistado muito, do Alto, em matéria de fé, sendo justo que se lhes exigisse um alto grau correspondente de compreensão em matéria de humildade e de amor.
A verdade, porem, é que Jesus, chegado ao mundo, não foi absolutamente entendido pelo povo judeu. Os sacerdotes não esperavam que o Redentor procurasse a hora mais escura da noite para surgir na paisagem terrestre. Segundo a sua concepção, o Senhor deveria chegar no carro magnificente de suas glorias divinas, trazido do Céu a Terra pela legião dos seus Tronos e Anjos; deveria humilhar todos os reis do mundo, conferindo a Israel o cetro supremo na direção de todos os povos do planeta; deveria operar todos os prodígios, ofuscando a gloria dos Césares. E, no entanto, o Cristo surgira entre os animais humildes da manjedoura; apresentava-se como filho de um carpinteiro e, no comprimento de sua gloriosa missão de amor e de humildade, protegia as prostitutas, confundia-se com os pobres e com os humilhados, visitava as casas suspeitas para de lá arrancar os seus auxiliares e seguidores; seus companheiros prediletos eram os pescadores ignorantes e humildes, dos quais fazia apóstolos bem amados.
Abandonando os templos da Lei, era freqüentemente encontrado ao longo do Tiberíades, em cujas margens pregava aos simples a fraternidade e o amor, a sabedoria e a humildade.
O judaísmo, saturado de orgulho, não conseguiu compreender a ação do celeste emissário. Apesar da crença fervorosa e sincera, Israel não sabia que toda a salvação tem que começar no intimo de cada um e, cumprindo as profecias de seus próprios filhos, conduziu aos martírios da cruz o divino Cordeiro.
Fonte: livro “A Caminho da Luz” pelo espírito Emmanuel
e psicografado por Francisco Candido Xavier.

Isaías, no VIII século a.C., foi o primeiro dos quatro grandes profetas hebreus, e seu livro de profecias faz parte do velho testamento: a primeira parte da bíblia.
Do seu conteúdo, despido do que diz respeito ao povo judaico e ao próprio estado de Israel que representa a maior parte, se extrai uma replica da doutrina da contemplação e não violência já exposta nas escrituras religiosas Hindus, por Zaratustra, por Siddharta, por Pitágoras, por Lao-Tse e até de Confúcio na China.
Narrativa do livro de Daniel: Requisitório contra Judá 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16 e 17.
Ouvi a palavra do Senhor, Príncipes de Sodoma;
Escutai a lição de nosso Deus, povo de Gomorra:
De que me serve a mim, a multidão das vossas vitimas, diz o Senhor?
Já estou farto de holocaustos de cordeiros e da gordura de novilhos cevados.
Eu não quero sangue de touros e de bodes quando vindes apresentar-vos diante de mim.
De nada serve trazer oferendas, tenho horror da fumaça dos sacrifícios.
As luas novas, os sábados, as reuniões de culto,
Não posso suportar a presença do crime na festa religiosa.
Eu abomino as vossas luas novas e as vossas festas;
Elas me são molestas, estou cansado delas.
Quando estendei as vossas mãos, eu desvio de vós os meus olhos;
Quando multiplicai as vossas preces, não as ouço.
Vossas mãos estão cheias de sangue:
Lavais-vos, purificai-vos. Tirai vossas más ações de diante dos meus olhos.
Cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem.
Respeitai o direito, protegei o oprimido, fazei justiça ao órfão e respeitai a viúva.

O dia do Senhor, 8,11,12,16,17e 18.
A sua terra está cheia de ídolos e os homens se prosternam diante da obra das suas mãos,
Diante daquilo que os seus dedos fabricaram.
A soberba dos mortais será abatida e o orgulho dos homens será humilhado.
Só o Senhor será exaltado.
Porque o Senhor dos exércitos terá um dia (para exercer punição) contra todo ser orgulhoso e arrogante e contra todo o que se exalta para abatê-lo.
Contra todas as naus de Társis e contra todos os objetos de luxo.
A pretensão dos mortais será humilhada,
O orgulho dos homens será abatido,
Só o Senhor será exaltado e todos os ídolos desaparecerão.

Contra as grandes damas pretensiosas, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 23 e 24.
E o Senhor disse:
Já que são pretensiosas as filhas do Sião,
E andam com o pescoço emproado,
Fazendo acenos com os olhos e caminhando com passo afetado fazendo retinir as argolas de seus tornozelos,
O Senhor tornará sua cabeça calva e desnudará sua fronte.
Naquele tempo o Senhor lhe tirará as jóias, as argolas, os colares, as lúnulas, os brincos, os braceletes e os véus,
Os diademas, as cadeias, os cintos, os frascos de perfumes e os amuletos, os anéis e os pingentes da fronte, os vestidos de festa, os mantos, as gazas e as bolsas, os espelhos e as musselinas, os turbantes e as mantilhas.
E então, em lugar de perfume haverá podridão,
Em lugar de cinto uma corda,
Em lugar de cabelo encrespado, uma cabeça raspada,
Em lugar do largo manto, um cilício e uma cicatriz em lugar da beleza.

A maldição contra a aristocracia, 8 ,11,12,18, 20, 21, 22 e 23.
Ai de vós, que ajuntais casa a casa, e que acrescentai campo a campo, até que não haja mais lugar, e que sejais os únicos proprietários da terra.
Ai daqueles que desde a manhã procuram a bebida, e que se retardam à noite nas excitações do vinho!
Amantes da citara e da harpa, do tamborim e da flauta, e do vinho e dos banquetes,
Mas para as obras do Senhor não tem um olhar sequer, e não enxergam a obra de suas mãos.
Ai daqueles que arrastam a correção com as cordas da indisciplina,
E a pena do pecado como com os tirantes de um carro!
Ai daqueles que o mal chamam bem,
E ao bem, mal, que mudam as trevas em luz e a luz em trevas,
Que tornam doce o que é amargo, e amargo o que é doce!
Ai daqueles que são sábios aos próprios olhos, e prudentes em seu próprio juízo!
Ai daqueles que põem a bravura em beber vinho, e sua coragem em misturar licores.
Ai daqueles que, por uma dádiva, absolvem o culpado, e negam justiça àquele que tem o direito ao seu lado!

Contra os magistrados injustos, 1e 2.
Ai daqueles que fazem leis injustas e dos escribas que redigem sentenças opressivas, para afastar os pobres dos tribunais e negar o direito aos fracos para fazer das viúvas sua presa e despojar os órfãos.

História dos hebreus: Há aproximadamente 2.000 anos a.C. vários povos viviam às margens do mediterrâneo, na Ásia e na África. Havia duas grandes potencias, a Caldéia e o Egito, e entre os dois, que eram grandes reinos, achavam-se pequenos paises como a Síria e Canaã, hoje chamada Palestina. Diversas tribos viviam aí da cultura agrícola e de produtos de seus rebanhos, entre as quais se achava a dos hebreus que provinham do Patriarca Abraão.
Eram pequenos povos de pastores nômades, provavelmente originários da Mesopotâmia, divididos em tribos, ou melhor, em grupos de origens familiares e cada um deles obedecia a um patriarca, em outras palavras, a um chefe ancião.
Por volta desta data (gênese cáp. 12), Abrão ouve a voz do “senhor” que lhe diz: “Abrão deixa tua terra, tua família e a casa do teu pai e vai para a terra que eu te mostrar”. Farei de ti uma grande nação; eu te abençoarei e exaltarei o teu nome, e tu serás uma fonte de benção. Abençoarei aqueles que te abençoarem e amaldiçoarei aqueles que te amaldiçoarem: todas as famílias da terra serão benditas em ti.
Abrão partiu, transformou-se em patriarca por ele mesmo e seguiu para as terras de Canaã na época em que reinava na Caldéia o Rei Hamurábi. Nesta terra o “senhor” aparece novamente a Abraão e lhe diz: darei esta terra a tua posteridade.
Os hebreus passaram então a chamar aquela terra de Israel e nela permaneceram, mas para isso tiveram que guerrear continuamente contra os povos que ali viviam, e com todos os que ali se estabeleceram posteriormente.

Por volta de 1.800 a.C., para fugir à pressão que estes povos sobre eles exerciam, migraram para o Egito e se estabeleceram no delta do rio Nilo. Ao chegarem àquele local, foram acolhidos tão amigavelmente pelos egípcios que deles receberam terras para habitar e cultivar. Depois de algum tempo, no entanto, os Egípcios começaram a tratá-los como escravos, e assim continuaram a serem considerados até por volta de 1.250 a.C. quando Moisés, depois de fugir do Faraó que queria matá-lo por ter assassinado um egípcio que batia em um hebreu, no episodio da sarça ardente vê o “senhor” que lhe diz: “eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó, e te envio para o faraó para tirar do Egito os Israelitas que são o meu povo”. Depois das dez pragas finalmente Moisés, acompanhado por seu irmão Aarão, lidera a saída dos hebreus do Egito e, atravessando o mar vermelho cujas águas se abriram para que fugissem da perseguição do Farão, dirigem-se novamente as terras de Canaã.
Durante os quarenta anos que os hebreus caminharam no deserto rumo à terra prometida – em nenhuma hipótese poderia ser diferente devido à carência de alimentação, excesso de calor e falta de água – a grande maioria pereceu antes de chegar à “terra que mana leite e mel”. Somente a geração posterior conseguiu realizar a façanha. Segundo o ponto de vista das suas lideranças religiosas, todavia, eles morreram porque não se mantiveram totalmente fieis a Deus.
È ao longo desse trajeto que Moises recebe de Deus o Decálogo, ou seja, os dez mandamentos. E é por isso que Moisés, além de ser considerado um profeta, um libertador e legislador, é também aquele que teria escrito os cinco primeiros livros que compõem os testos sagrados, chamados Pentateuco pelas igrejas cristãs e Hamishá Humshei –“Torá, os cinco quintos da lei”- pelos hebreus.
Coube aos descendentes dos judeus que haviam fugido do Egito com Moises à conquista da terra de Canaã (hoje Palestina) depois da queda de Jericó, em 1200 a.C. sob o comando de Josué. Conquistada, a dividiram em doze territórios - um para cada uma das doze tribos - e estas, progressivamente, foram ocupando – permanecendo em estado de guerra por quase 200 anos com as tribos que lá habitavam - todo o seu território.
Nesse tempo os hebreus viveram sob a liderança dos Juízes, dos quais o ultimo e mais proeminente foi Samuel, que exerceu simultaneamente três ministérios: Profeta, Sacerdote e Juiz. Aos poucos o povo judaico foi se desenvolvendo até que conseguiu organizar-se como um reino no meio dos seus vizinhos.
Foi Samuel que por volta do ano 1000 a.C. constituiu o reino de Judá, e nomeou Saul seu Rei. No entanto, como este se manteve fiel a Deus por pouco tempo, acabou sendo afastado. Estava reservado a David, genro de Samuel, a consolidar, depois de telo sucedido, o poder real sobre as doze tribos de Israel.
Sob o comando do Rei David o reino foi ampliado, e uma das regiões conquistadas, Jebus - habitada pela tribo semítica jebuseus - foi chamada Jerusalém por este monarca depois de ter sido nomeada capital do império.
O Rei David em 970 a.C. foi sucedido por Salomão e coube a este, depois de reunir as doze tribos, organizar o reino de Israel e transformá-lo em um estado forte potente e rico. Foi ele também que ordenou a construção do templo do Deus único – chamado templo de Salomão - sobre o monte Moriá, transformando a cidade na sede da religiosidade hebraica. A historia celebrizou Salomão como um Rei muito sábio e justo, daí o refrão “a sabedoria do Rei Salomão”.
Pouco depois da sua morte - já sob o reinado de Roboão – devido a um desentendimento entre as doze tribos houve uma cisão e a conseqüência foi que em 930 a.C. as dez tribos do norte separam-se das de Judá e de Benjamim e criam um reino independente. Essa dissensão tornou-se a causa de uma longa fase de decadência.
O reino no norte, que tinha como capital a cidade de Samaria, manteve-se por cerca de dois séculos até ser conquistado, em 722 a.C., por Sargon II, rei da Assíria, enquanto o de Judá, que tinha como capital a cidade de Jerusalém, por ter sido poupado, continuou existindo entre duas fortes potencias rivais.
Coube ao Rei Josias (décimo sexto Rei de Judá), a iniciar por volta do ano 621 a.C., uma grande reforma religiosa e social:
· II Reis 23:1-20 – O rei convocou à sua presença todos os anciões de Judá e de Jerusalém, e subiu ao templo do Senhor com todos os homens de Judá e todos os habitantes de Jerusalém, os sacerdotes, profetas, e todo o povo, pequenos e grandes. Leu então, diante deles, o texto completo do livro da Aliança que fora descoberto no templo do Senhor. O Rei, de pé na tribuna, renovou a aliança em presença do Senhor, comprometendo-se a seguir o Senhor, a observar os seus mandamentos, suas instruções e suas leis, de todo coração e de toda a sua alma, e a cumprir todas as clausulas da Aliança contida no livro. Todo o povo concordou com essa aliança.
O rei ordenou em seguida ao sumo sacerdote Helcias, aos sacerdotes da segunda ordem e aos porteiros, que jogassem fora do templo do Senhor todos os objetos fabricados para o culto de Baal, de Asserá e de todo o exercito do céu; -los queimar fora de Jerusalém, nos campos do Cedron, e mandou levas as suas cinzas para Betel. Despediu os sacerdotes dos ídolos que os reis de Judá tinham estabelecido para oferecer o incenso nos lugares altos, nas cidades de Judá e nos arredores de Jerusalém, assim como os sacerdotes que ofereciam incenso a Baal, ao sol, á luz, aos sinais do zodíaco e a todos os exércitos dos céus. Mandou tirar do templo do Senhor o ídolo Asserá e levá-lo para fora de Jerusalém, para o vale do Cedron, onde o queimaram. Depois de tê-lo reduzido a cinzas, mandou-as lançar sobre os sepulcros do povo. Destruiu os apartamentos das prostitutas (a cerimônia do sexo) que se encontravam no templo do Senhor, onde as mulheres teciam vestes para Asserá.
Convocou todos os sacerdotes das cidades de Judá, profanou os lugares altos onde os sacerdotes tinham oferecido incenso, desde Gabaa até Bersabéia, à entrada da casa de Josué, prefeito da cidade que ficava à esquerda de quem entra na cidade por esta porta. Entretanto, os sacerdotes dos lugares altos não subiam ao altar do Senhor em Jerusalém, mas comiam somente dos Paes azimos no meio de seus irmãos. Profanou também Tofet, no vale do filho de Enom, a fim de que ninguém fizesse passar pelo fogo seu filho ou sua filha em honra de Moloc. Fez desaparecer também os cavalos que os reis de Judá tinham dedicado ao sol, à entrada do templo do Senhor, junto do pavilhão do eunuco Nata-Melec, no recinto, e queimou os carros do sol.
O rei destruiu os altares que tinham sido construídos pelos reis de Judá no terraço da câmara superior da Acaz, e os que Manassés tinha levantado nos dois átrios do templo do Senhor; quebrou-os, levou-os dali e lançou as cinzas deles na torrente do Cedron.
O rei profanou igualmente os lugares altos situados defronte de Jerusalém, à direita do monte da perdição. Salomão, rei de Israel, tinha-os levantado em honra de Astarte, ídolo abominável dos sidônios, de Camos, ídolo abominável dos moabitas, e de Melcon, ídolo abominável dos amonitas.
Quebrou as estatuas, cortou os ídolos Asserás e encheu o lugar com ossos humanos. Destruiu também o altar de Betel – adorava-se um dos bezerros de ouro de Jeroboão – e o lugar alto que tinha edificado Jeroboão, filho de Nabat, que arrastara Jerusalém ao pecado. Ele os destruiu, queimou e reduziu a cinzas o lugar alto, incendiando igualmente Asserá.
Josias, olhando em torno de si, viu os túmulos que havia sobre a colina; mandou buscar os ossos dos sepulcros e queimou-os no altar. Este altar foi assim profanado, segundo o oráculo que o Senhor tinha proferido pelo homem de Deus que havia predito estas coisas. E o rei perguntou: ”Que monumento é esse que vejo?” – Os habitantes da cidade responderam-lhe: “E o tumulo do homem de Deus que veio de Judá, e que predisse tudo o que fizeste ao altar de Betel”. – “Deixai-o”, disse o rei; “paz aos seus ossos.” E os seus ossos ficaram intactos, assim como os ossos do profeta que tinha vindo de Samaria. Josias destruiu assim todos os santuários dos lugares altos que se encontravam nas cidades de Samaria, que os reis de Israel tinham edificado, para grande cólera do Senhor. Fez deles o que tinha feito do altar de Betel. Matou todos os sacerdotes dos lugares altos que ali havia, e queimou sobre esses altares ossos humanos. Depois voltou para Jerusalém.
O rei Josias doze anos depois foi vencido e morto por Necau I - príncipe Saita - na batalha de Megido e substituído por Joacaz. Este, logo depois também foi retirado do trono pelo mesmo Necao I e levado para o Egito onde morreu. No seu lugar Necao nomeou Eleacim, filho do rei Josias, mudando-lhe o nome para Joaquim e impondo uma taxa de cem talentos de prata e um de ouro.
Foi durante o reinado de Joaquim que Nabucodonosor, Rei da Babilônia, durante as campanhas militares que lhe deram o controle sobre vários territórios da região - incluindo o Egito - aniquilou o reino de Judá e transformou a sua capital, Jerusalém, em um amontoado de pedras. Em seguida, transformou a Judéia em estado vassalo e deportou para a Babilônia as elites judaicas, impondo ainda, para reinar sobre os poucos que permaneceram, Sedecias, com o título de vice-rei.
Anos depois, revoltado, Sedecias suspendeu o pagamento de impostos, ocasião na qual Nabucodonosor retoma a cidade, a destrói e incendeia, e mais uma vez deporta seu povo para a Babilônia, deixando ali somente alguns pobres agricultores. O que sobro do país permaneceu sob a tutela de um governo caldaico.
O período em que os hebreus permaneceram no exílio babilônico foi de 48 anos, e só findou porque Ciro, Rei da Media - antiga região da Ásia - voltando-se contra os caldeus com os quais antes disso havia feito aliança, lhe tomou a Babilônia autorizando em seguida - 538 a.C., que os hebreus que o desejassem retornassem a sua terra natal sob o comando de Zorobabel, um príncipe de Judá.
Nesta época, porém, como os hebreus haviam sido espoliados da sua identidade cultural e religiosa - não cultuavam mais o deus de Abraão e muito menos falavam o hebraico, porque os que retornaram a Israel, por serem os filhos dos deportados, não só haviam assumido o grego como língua oficial, mesmo se como dialeto mantinham o aramaico, mas haviam mais uma vez aderido aos deuses que o rei Josias havia conseguido extirpar 300 anos antes.
A exceção foram os sacerdotes, uma vez que os filhos, tendo se mantidos fieis à crença de seus pais, continuaram cultuando o “deus único”, e foram este que, apesar das dificuldades, plagiando o rei Josias, reinstituíram a tradição abramica. O tempo, porem, não lhe foi favorável, porque 200 anos depois, em 331 a. C., a Palestina foi novamente conquistada por Alexandre Magno e depois da sua morte, ocorrida em 323 a.C., toda a Judéia permaneceu sob as dinastias de seus generais que já dividiam entre si o grande império Grego.
Anos depois, ao redor de 175 a.C., os judeus voltaram a enfrentar outra fase de grandes dificuldades, dessa vez por parte de Antíoco Epífanes o Rei da Síria. É nesse período que Judas Macabeus liderou a revolta e a guerra de libertação da Judéia, cujo resultado, sob a administração de um príncipe da família dos Asmoneus, descendentes dos Macabeus, é um século de independência. Um século, porque exatamente em 63 a.C., Pompeu o Grande, à frente de um exercito romano, invadiu a Palestina e a transformou em uma província Romana. Algum tempo depois, Cezar, imperador romano, entregou o governo da Palestina a Herodes Magno - um príncipe idumeo - e após a morte deste o território é dividido em quatro partes das quais uma delas, a Galileia, é confiada à administração de Herodes Antípas, filho do falecido Herodes Magno. Para fazer frente as constantes insurreições locais, porem, entre os anos 26 a 36 d.C., a Judéia, província romana, é entregue à responsabilidade de um procurador: Poncio Pilatos.
Contudo, mesmo sob a administração deste, os judeus que não toleravam a submissão a Roma continuaram a insuflar movimentos de revolta. Um desses foi liderado por Barrabas, o preso que segundo a tradição foi solto por Pilatos a pedido dos judeus, ao invés de Jesus. Estes movimentos acabaram deflagrando uma violenta revolução, atitude esta que ensejou uma represália romana e se transformou em uma guerra civil. Resultado, no ano 70 d.C. a cidade de Jerusalém foi mais uma vez totalmente destruída pelos romanos.
Segundo a fé hebraica existe um “deus”, um povo e uma aliança, e conjunção destes três elementos é a história religiosa do Judaísmo.



Deuteronômio 6:4 -17.
Ouve o Israel! Nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças. Os mandamentos que hoje te dou serão gravados no teu coração.
Tu os inculcarás a teus filhos, e deles falarás, seja sentado em tua casa, seja andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares. Ata-lo-ás à tua mão como sinal e os levarás como uma faixa frontal diante dos teus olhos. Tu os escreverás nos umbrais e na porta da tua casa. Quando o Senhor, teu Deus, te tiver introduzido na terra que a teus pais Abraão, Isaac e Jacó jurou te dar; grandes e excelentes cidades que não construíste, casas mobiliadas e cheia de toda a sorte de coisas que não ajuntaste, poços que não cavastes, vinhas e olivais que não plantaste e quando comeres a saciedade, então, guarda-te de esquecer o Senhor que te tirou do Egito, da casa da servidão.
Temerás o Senhor, teu Deus, prestar-lhe-ás o teu culto e só jurarás pelo seu nome.
Não seguireis outros Deuses entre os das nações que vós cercam, porque o Senhor, teu Deus, que mora no meio de ti, é um Deus zeloso; sua cólera se inflamaria contra ti e te apagaria de sobre a terra.
Não provocareis o Senhor, vosso Deus, como o tentaste em Massa.(exodo17: 1-7).Observareis suas ordenações, seus preceitos e suas leis. Farás o que é bom e reto diante dos seus olhos, para que sejas feliz e possuas a terra que o Senhor jurou a teus pais dar a você, quando expulsasse de diante de ti todos os teus inimigos como o disse o Senhor.

O “deus” da fé hebraica é o “deus” que falou com Israel através dos seus profetas. Ele fechou um pacto com Israel que se concluiu com a doação do Torah – leis - que são contidas no Pentateuco, nome dado pelos tradutores gregos aos primeiros cinco livros da bíblia que são: Gênese, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
Com este gesto “deus” indica ao povo hebraico como lhe ser fiel, ou seja, o que deseja que seu povo faça. Sendo esta a sua vontade, a vida do Judeu deve se desenvolver estudando e vivendo o Torah.
A criação do mundo é descrita no primeiro capitulo do primeiro livro, a gênese - as origens - e como este texto relata que “deus” descansou no sábado, neste dia, que é proibido qualquer tipo de trabalho, os judeus devem ir à Sinagoga que significa “lugar de reuniões” para estudar e discutir o Torah.
Para eles “deus” criou os homens a sua semelhança e os tornou responsáveis pelas suas ações, sejam elas endereçadas a ele, como aos outros homens. Por isso, os homens serão sempre por Ele julgados em base a bondade e a honestidade de suas ações.
A síntese da aliança, ou pacto, é que o povo de Israel, obedecendo aos mandamentos do seu ”deus”, receberia dele, como de um Pai, o necessário para ter uma vida prospera e feliz. Deste acordo fez parte integrante á terra prometida, Canaã - hoje Palestina - e nela Israel, que ele daria só para o seu povo, o preferido entre todos, uma vez que em todas as comunicações atribuídas aos profetas este deus sempre afirmou isso.
Este deus é chamado pelo profeta Isaias “o Deus dos exércitos”, porque vence as guerras para Israel, porque mata e extermina os povos inimigos e até os próprios judeus quando não observam as suas leis. Todos os relatos que integram o velho testamento são ricos de detalhes a respeito destas ocorrências a partir da primeira aliança, a que foi pactuada com Noé depois do dilúvio universal.
· Gênese 9: 8-17: Disse também Deus a Noé e a seus filhos: Vou fazer uma aliança convosco e com vossa posteridade, assim como com todos os seres vivos que estão convosco: as aves, os animais domésticos, todos os animais selvagens que estão convosco, desde todos aqueles que saíram da arca até todo animal da terra.
Faço esta aliança convosco: nenhuma criatura será mais destruída pelas águas do dilúvio, e não haverá mais dilúvio para devastar a terra. Deus disse: Eis o sinal da aliança que faço convosco e com todos os seres vivos que vós cercam, por todas as gerações futuras.
Ponho meu arco nas nuvens, para que ele seja o sinal da aliança entre mim e a terra. Quando eu tiver coberto o céu de nuvens por cima da terra, o meu arco aparecerá nas nuvens e me lembrarei da aliança que fiz convosco e com todo ser vivo de toda espécie, e as águas não causarão mais dilúvio que extermine toda criatura. Quando eu vir o arco nas nuvens eu me lembrarei da aliança eterna estabelecida entre Deus e todos os seres vivos de toda espécie que estão sobre a terra. Dirigindo-se a Noé Deus acrescentou: Este é o sinal da aliança que faço entre mim e todas as criaturas que estão na terra.
A aliança é ratificada com Abrão.
Gênese 15:18-17 : Naquele dia o Senhor fez aliança com Abrão: Eu dou, disse, esta terra aos teus descendentes, desde a torrente do Egito até o grande rio Eufrates: a terra dos cineus, dos ceneseus, dos cadmoneus, dos heteus, dos ferezeus, dos amoreus, dos cananeus e dos jebuseus.
Abrão tinha noventa e nove anos quando o Senhor apareceu e lhe disse: Eu sou o Deus Todo-poderoso. Anda em minha presença e sê integro; quero fazer aliança contigo e multiplicarei ao infinito a tua descendência. Abrão prostrou-se com o rosto por terra. Deus disse-lhe: Este é o pacto que faço contigo: serás o pai de uma multidão de povos. De agora em diante não te chamarás mais Abrão e sim Abraão, porque farei de ti o pai de uma multidão de povos. Tornar-te-ei extremamente fecundo, farei nascer de ti nações e terás reis como descendentes. Faço aliança contigo e com a tua posteridade, uma aliança eterna de geração em geração para que eu seja o teu Deus e o Deus da tua posteridade. Darei a ti, e a teus descendentes depois de ti, a terra em que moras como peregrino que é toda a terra de Canaã, em possessão perpetua, e serei o teu Deus. Deus disse ainda a Abraão: Tu, porém, guardarás a minha aliança, tu e a tua posteridade nas gerações futuras. Eis o pacto que faço entre mim e vós e teus descendentes e que tereis que guardar: Todo homem entre vós será circuncidado. Cortareis a carne de vosso prepúcio - dobra da pele que cobre a glande do pênis - e isso será o sinal da aliança entre mim e vós. Todo homem, no oitavo dia do seu nascimento, será circuncidado entre vós nas gerações futuras, tanto o que nascer em casa, como o que comprardes a preço de dinheiro de um estrangeiro qualquer, e que não for da tua raça. Circuncidar-se-á tanto o homem nascido na casa como aquele que for comprado a preço de dinheiro. Assim será marcado na vossa carne o sinal da minha aliança perpetua. O varão incircunciso, do qual não se tenha cortado a carne do prepúcio, será exterminado de seu povo por ter violado minha aliança.

A história, como acabamos de ver, tem se esforçado ao máximo para demonstrar que a aliança citada ou jamais existiu ou em um determinado momento foi suprimida unilateralmente, porque depois da ultima destruição de Jerusalém, a terras prometida – Canaã, hoje Palestina – somente retornou parcialmente aos hebreus com a constituição do novo Estado de Israel em 1935. A partir dessa data os Árabes começaram a se manifestar com violência contra á crescente imigração de judeus - provocada pelas perseguições nazistas – que da Europa se deslocavam para a terra de seus ancestrais.
Ao terminar o mandato inglês sobre a Palestina, um comitê executivo dos judeus da Palestina presidido por David Bem Gurion, proclamou a independência do Estado de Israel em 14 de maio de 1948. Contudo, em janeiro de 2006...

Um dos principais líderes do Hamas, Ismail Haniyeh, rejeitou no sábado os pedidos internacionais para que o grupo militante islâmico se desarme e renuncie à violência para evitar cortes na ajuda internacional à Autoridade Palestina.
"Essa ajuda não pode ser uma espada sobre as cabeças do povo palestino e não será material para chantagear nosso povo, para chantagear o Hamas e a resistência. Está rejeitado", disse Haniyeh a Reuters em uma entrevista na Faixa de Gaza.
Ele acrescentou que o Hamas -grupo que promete a destruição de Israel- estava comprometido em manter suas armas e resistir à ocupação israelense.
Haniyeh falou depois que os Estados Unidos ameaçaram cortar a ajuda de 234 milhões de dólares destinados aos palestinos este ano porque o Hamas deve formar um novo governo palestino.
"Eles precisam livrar-se do braço armado de seu partido e da violência e, em segundo lugar, precisam livrar-se da parte da plataforma que diz que querem destruir Israel", disse o presidente norte-americano, George W. Bush, em uma entrevista à rede CBS news.
Autoridades da União Européia também deram indicações de que uma rejeição do Hamas em renunciar à violência e reconhecer Israel pode ter conseqüências em sua relação com uma Autoridade Palestina liderada pelo Hamas.
A União Européia é a maior doadora à Autoridade Palestina, com uma ajuda de 500 milhões de euros no ano passado.
Desafiador diante da pressão internacional, Haniyeh disse que os palestinos se desarmariam e encerrariam o confronto armado apenas quando Israel acabar com sua ocupação de terras que os palestinos querem para seu estado independente.
"Armas e resistência são questões que estão ligadas à presença da ocupação e enquanto a ocupação existir o povo palestino tem o direito de se defender e resistir à ocupação", disse.
O Hamas quer substituir Israel e a Autoridade Palestina por um estado islâmico. O grupo disse que apoiaria a criação de um estado palestino na Cisjordânia e na Faixa de Gaza como um primeiro passo.
Fonte: GAZA - Reuters - Sábado 28 Janeiro 2006
A morte para os hebreus – Como Deus é o Senhor da vida e da morte, ela é anunciada com uma benção e diante do túmulo é recitado o Kaddisc. Deste momento é observada uma semana de luto. Na primeira refeição após o sepultamento é dever da família do defunto entregar à todos os parentes em luto um ovo cozido. O ovo é o símbolo da vida: por ser redondo, em outras palavras, não ter inicio ou fim, lembra aos que ficam que a morte não é a conclusão de uma vida, mas somente uma despedida.
O calendário para os judeus – Os hebreus estão no ano 5.766, ou seja, em 2.006 segundo o calendário gregoriano, porque contam o tempo a partir da criação do mundo que é descrita na bíblia. Seu calendário é de caráter solar e ao mesmo tempo lunar, isto significa que o ano é solar e os meses são lunares, sendo que cinco meses têm a duração de 29 dias, outros cinco 30 dias e os dois restantes têm um número de dias que varia de ano para ano.
A alimentação para os judeus – Para os judeus os alimentos tem que ser preparados de acordo com suas leis - denominadas kashrut – que se encontram no Torá. Chamam-se alimentos Kosher - ou Cásher - é a definição encontra-se nos testos hebraicos como Levítico. Êxodos -22:31, 23:19 e 34:26. Deuteronômio - 12:121-25 e 14:1-21 e Gênese - 32: 22-32.
· Levítico 11:1-19: O Senhor disse a Moises e a Aarão: “Dize aos israelitas o seguinte: entre todos os animais da terra, eis os que podereis comer: podereis comer todo animal que tem a unha fendida e o casco dividido, e que rumina. Mas não comereis aqueles que só ruminam ou só tem a unha fendida. A estes, tê-lo-eis por impuros: tal como o camelo, que rumina mas não tem o casco fendido. E como o coelho igualmente, que rumina mas não tem a unha fendida; tê-lo-eis como impuros. E como a lebre também, que rumina, mas não tem a unha fendida; tê-la-eis por impura. E enfim, como o porco, que tem a unha fendida e o pé dividido, mas não rumina; tê-lo-ei por impuro. Não comereis da sua carne e não tocareis nos seus cadáveres; vos os tereis por impuros”.
Entre os animais que vivem na água, eis os que podereis comer: podereis comer tudo o que tem barbatanas e escamas, nas águas, no mar e nos rios. Mas tereis em abominação todos os que não tem barbatanas nem escamas nos mares e nos rios, entre todos os animais que vivem nas águas e entre todos os seres vivos que nelas se encontram.
A estes, tê-lo-eis em abominação: não comereis de sua carne e tereis em abominação seus cadáveres. Todos os que nas águas não tem barbatanas nem escamas, tê-lo-eis em abominação.
Entre as aves, eis as que tereis em abominação e de cuja carne não comereis, porque é uma abominação: a águia, o falcão e o abutre, o milhafre e toda variedade de falcões, toda a espécie de corvo, a avestruz, a andorinha, a gaivota e toda espécie de gavião, o mocho, a coruja e a íbis, o cisne, o pelicano, o alcatraz e a cegonha, toda variedade de garça, a poupa e o morcego.
Todo volátil que anda sobre quatros pés vos será uma abominação. Todavia, entre os insetos voláteis que andam sobre quatro pés podereis comer aqueles que, alem de seus quatro pés, tem pernas para saltar em cima da terra. Eis, pois, os que podereis comer: toda espécie de gafanhoto, assim como as variedades de solam, de hargol e de hagab. Qualquer outro volátil que tenha quatro pés vos será uma abominação.
Tornar-vos-eis imundos se os tocardes: se alguém tocar os seus cadáveres será impuro até à tarde, e aquele que levar os seus cadáveres lavará suas vestes e será impuro até à tarde.
Tereis por impuro todo animal que tem a unha fendida, mas que não tem o pé dividido e não rumina; se alguém o tocar será imundo. Tereis também por impuros todos os quadrúpedes que andam nas plantas dos pés; se alguém tocar em seus cadáveres será impuro até a tarde; e aquele que levar os seus cadáveres lavará suas vestes e será impuro até a tarde. Tereis estes animais por impuros.
Entre os animais que se movem em cima da terra, eis os que tereis como impuros: a toupeira, o rato, e toda variedade de lagartos, o musaranho, a rã, a tartaruga, a lagartixa e o camaleão. Tais são os répteis que tereis como impuros; quem os tocar mortos será impuro até à tarde.
Todo objeto sobre o qual caíres seus cadáveres será impuro: vasos de madeira, vestes, peles, sacos e qualquer outro utensílio. Por-se-á este objeto na água e ele será imundo até a tarde; depois disso será puro. Se cair uma parte destes cadáveres num vaso de terra, tudo que se encontrar nele será impuro, e quebráreis este vaso. Todo alimento preparado com a água (desse vaso) será impuro; toda bebida seja qual for o recipiente que a contenha, será impura. Todo objeto sobre o qual cair alguma coisa dos seus cadáveres será impuro; o forno e o fogão serão destruídos: serão impuros, e vos os tereis como tais. Contudo, as fontes e as cisternas em que há deposito de água ficarão puras, mas aquele que tocar os cadáveres será impuro. Se cair alguma coisa dos seus cadáveres sobre uma semente qualquer, esta ficará pura. Mas se derramar água sobre a semente e alguma coisa dos seus cadáveres cair sobre ela, tê-la-eis por impura.
Se morrer algum animal que vos é licito comer, aquele que tocar o seu cadáver será impuro até à tarde. Quem comer de sua carne lavará suas vestes e ficará impuro até à tarde.
Todo animal que se arrasta sobre a terra vos será uma coisa abominável: não se comerá dele. Não comereis animal algum que se arrasta sobre a terra, tanto aqueles que se arrastam sobre o ventre como aqueles que andam, sobre quatro ou mais pés: tê-lo-eis em abominação. Não vos tornei abomináveis, comendo um destes répteis, e não vos façais impuros por eles, porque vos tornareis imundos. Pois eu sou o Senhor, vosso Deus. Vós vos santificareis e sereis santo, porque eu sou santo.Não vos contamineis com esses animais que se arrastam sobre a terra, porque eu sou o Senhor que vos tirou do Egito para ser o vosso Deus. Sereis santos porque eu sou santo.
Tal é a lei relativa aos quadrúpedes, as aves, a todos os seres vivos que se movem nas águas e a todos aqueles que se arrastam sobre a terra. Essa lei vos fará discernir o que é puro do que é impuro, o animal que pode ser comido do que não pode.
Em relação á proibição de ingerir sangue, em deuteronômio 12:23-24 é dito: Mas guarda-te de absorver o sangue; porque o sangue é a vida, e tu não podes comer a vida com a carne. Não beberas, pois, o sangue, mas derrama-lo-ás sobre a terra como água. Não o sorveras, para que sejas feliz, tu e teus filhos depois de ti, por terdes feito o que é reto aos olhos do Senhor.
Para ser Kosher a comida tem que obedecer alguns requisitos básicos que se encontram no Torá:
· A carne consumida deve ser de animais ruminantes, que tenham cascos bifendidos.
· Peixes de escamas e barbatanas são considerados kosher e podem acompanhar pratos de carne ou leite.
· Não podem ser cozinhados ou ingeridos juntos produtos que contêm carne e leite.
· O sangue não pode ser ingerido. Existe um processo kosher para extrair o sangue da carne.
· Não podem ser comidos os animais proibidos.
· Deve-se separar os utensílios utilizados no preparo de carnes, leite e seus derivados.
· Todos os vegetais e minerais podem ser consumidos porque são considerados kosher.
Os alimentos não produzidos de acordo com as leis do Torah são considerados não kosher e recebem a denominação de TARÊF.
O ritual de abate dos animais para o preparo da carne kosher é denominado Schechita e é supervisionado por um técnico chamado Schochet. Este, para exercer a sua função, recebe um longo treinamento. Em lugares pequenos ou distantes o próprio rabino realiza o abate.
Cada seção de Schechita é precedida por uma prece chamada Beracha. O objetivo do ritual é permitir que a morte do animal aconteça sem que ele sinta medo ou sofra, por isso a inconsciência e insensibilidade têm que acontecer de imediato. Com este objetivo o método utilizado é a degola do animal vivo, ou seja, cortam-se as artérias carótidas e veias jugulares, preferencialmente sem que ele espere por isso, com um golpe certeiro da faca chamada Chalaf que tem quase 50 centímetros de comprimento e é super afiada.
Depois de selecionada - a preferência é sempre pela parte dianteira - a carne passa por um processo de imersões consecutivas em água e sal grosso - uma hora aproximadamente - para que seja eliminado o sangue.
Os alimentos kosher não são utilizados somente pelos judeus, mas também pelos muçulmanos, os adventistas e hoje até pelos vegetarianos.
O judaísmo é dividido em três grandes ramos: Os ortodoxos, os Conservadores e os Reformados. Por serem monoteístas de caráter unitário, os judeus reconhecem a realidade dos pecados - embora não reconheçam o pecado original dos católicos - e crêem que a expiação dos mesmos pode ser obtida através de sacrifícios, penitências, boas obras e a atuação da graça Divina, posto que, no Judaísmo, há uma ênfase na transcendência de Deus.
Esta graça Divina naturalmente não consiste em uma intervenção direta e pessoal de Deus, mas em um “instinto bom” que é natural ao homem por ter sido criado à imagem de Deus.
Dispensando o pecado original, o judaísmo tem uma outra explicação para o mal que assola a humanidade: o “instinto do mal” resultaria da matéria que foi utilizada por Deus para criar o homem: o pó da terra.
O homem é dotado do livre arbítrio, mas quando não vive praticando as ordenanças do Torá vive sob o signo do “instinto do mal” . Sendo assim, necessita disciplinar sua tendência para pô-la a serviço do bem. Assim sendo a justificação diante de Deus é meritória e não gratuita como crê o cristianismo.
Menorá o candelabro sagrado que os hebreus acendem na festa do Chanucá
desde a vitória dos Macabeus sobre a Assíria ocorrida em 165 a.C.

Após tres longos anos de guerra os Macabeus conseguiram derrotar os Assírios. Reconquistado o Templo Sagrado de Jerusalém, que havia sido profanado por imagens e praticas pagãs, era necessário purificá-lo e dedicá-lo novamente ao Todo Poderoso. A palavra Chanucá, em hebraico, significa inauguração; refere-se conseqüentemente a reinauguração do Grande Templo de Jerusalém. Era necessário também reacender o Menorá, símbolo da luz espiritual de Israel que emanara dos céus. Mas para acender o Memorá era necessário encontrar azeite não profanado por praticas idolatras. Foi encontrado um único frasco de azeite puro mas era muito pequeno. Mesmo sabendo que a quantidade de azeite encontrada não bastaria, os judeus decidiram acender o Memorá. Milagrosamente, no entanto, a chama permaneceu acesa durante oito dias. O azeite, cuja quantidade era suficiente para um único dia, renovou-se por oito, o tempo suficiente para a produção de azeite novo. Mais um milagre que acontecia para demonstrar o amor e a bondade do Eterno para seu povo.
Ano após anos à época de Chanucá, as luzes são acesas – atendendo a um ritual especifico que envolve toda a família - em todos os lares judaicos para celebrar os acontecimentos daqueles dias com cânticos de louvor a Deus. É assim que os caminhos de Israel continuam sendo iluminados pela eterna mensagem: “a luz espiritual de Israel jamais se apagará”.

Desde o princípio houve duas correntes no seio do judaísmo: de um lado o formalismo ritual da Bíblia e o Talmude e do outro a tendência ao misticismo, ao ocultismo que criou a Cabala e o Zohar. Daí a oposição entre fariseus e essênios na época do Talmude e entre talmudistas e cabalistas na Idade Média. O formalismo ritual, tão rigorosamente praticado pelas massas do povo na Europa Oriental entre os séculos XVII e XVIII, tendia fatalmente a produzir uma reação e daí nasceu o hassidismo, isto é, o sistema de "hassid", que em hebraico significa "pio".
Foi fundado no ano de 1740 na Polônia pelo místico Israel Ben Eliezer, conhecido pelo nome de Baal Shem Tov: "o senhor de boa fama".
O "hassidismo", que começou por abandonar o formalismo ritual, despertou maior importância ao sentimento religioso que à prática. Proclamou a onipresença de Deus e por isso ordenou que a oração fosse feita com devoção psicológica e alegria especial, até chegar a um êxtase que permitia ao homem entrar em comunicação direta com a divindade. Tornou sua a opinião da Cabala, segundo a qual toda ação humana tem suas repercussões nas esferas do mundo divino e assim o homem pio e justo, o "Tsadik", o ser que chega a despojar-se de todo pensamento material e que vive nada mais que pelo espírito e para o espírito, pode ser suscetível de modificar o curso dos acontecimentos.

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